Cubatão entrevista famílias para investigar causas da redução da cobertura vacinal
Inquérito de Cobertura Vacinal tem início em 25 de março e será realizado aos sábados
A cidade de Cubatão inicia em 25 de março o Inquérito de Cobertura Vacinal. O objetivo é entrevistar pais ou responsáveis por 434 crianças nascidas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020 (2 a 4 anos de idade) para levantar situação vacinal e as dificuldades para o cumprimento do calendário de vacinação.
A pesquisa será realizada pela Secretaria de Saúde de Cubatão em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e com a Faculdade de Medicina da Universidade São Judas. As entrevistas serão realizadas somente aos sábados e a previsão é de que estejam concluídas em quatro semanas. As casas visitadas serão sorteadas a partir do registro de nascimentos no município.
Os grupos de pesquisadores, identificados por camiseta do projeto, irão atuar simultaneamente em todas as áreas do município das 9 às 16 horas. Serão em torno de 60 pessoas em campo, entre alunos de medicina, professores e integrantes da Secretaria de Saúde. Em caso de dúvidas, as pessoas poderão ligar para o Serviço de Informação e Educação em Saúde do município no número (13) 3362-8766.
A PESQUISA
O objetivo do inquérito é estimar a cobertura vacinal aos 12 meses e aos 18 meses de idade no município e identificar fatores relacionados à redução da cobertura. Após a fase inicial, haverá uma nova etapa, qualitativa, com entrevistas.
PROBLEMA NACIONAL
Apesar dos avanços e do reconhecimento internacional, o Programa Nacional de Imunização (PNI) enfrenta desde 2016 a redução no alcance das metas preconizadas para as taxas de cobertura vacinal para as vacinas constantes do calendário nacional. De acordo com a farmacêutica e bioquímica Luciana Martins Rozman, servidora municipal que coordena o inquérito, a literatura especializada levanta algumas hipóteses sobre essa queda, que se acentua após o início da pandemia de covid-19 em 2020: “desabastecimento parcial de alguns produtos; falta de capacitação e treinamento dos profissionais de saúde, veiculação de notícias falsas, pandemia por Covid-19 e mudança do Sistema de informação”. Ela ressalta o ressurgimento de doenças imunopreveníveis, principalmente surtos de sarampo entre 2018 e 2020, como registrado na Baixada Santista.
De acordo com informações do Ministério da Saúde de 2022, são registradas quedas na cobertura vacinal em todo o território nacional ano a ano desde 2018. A BCG, por exemplo, que previne contra formas graves de tuberculose, tinha uma cobertura de 95%, que caiu para 86,67% em 2019, 74,03% em 2020 e para 65,63% em 2021. Em Cubatão, a cobertura desse mesmo imunizante permaneceu no mesmo patamar em 2018 e 2019 (96,6% e 96,7%), porém registrou quedas em 2020 (91,4%) e 2021 (976,9%), chegando a 67,6% em 2022.
COBERTURAS
Brasil
Fonte: CNN
Vacina | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 |
BCG
| 95 | 86,67 | 74,03 | 65,63 |
Poliomielite
| 89,54 | 84,19 | 76,05 | 66,62 |
Tríplice viral Dose 1 | 93,12 | 70,52 | ||
Tríplice viral Dose 2 | 81,55 | 49,31 |
Cubatão
Fonte: Serviço de Informação e Educação em Saúde
Menores de 1 ano
Vacina | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 |
BCG | 96,6 | 96,7 | 91,4 | 76,9 | 67,6 |
Hepatite B | 78,1 | 78,5 | 57,4 | 35,5 | 46,8 |
Rotavírus | 84,8 | 83,2 | 56,1 | 37,7 | 48,3 |
Pneumocócica | 88,2 | 88,6 | 58 | 38,7 | 49,8 |
Pentavalente | 78,1 | 78,5 | 57,4 | 35,5 | 46,3 |
Menores de 2 anos
Vacina | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 |
Tríplice Viral Dose 1 | 81,5 | 88,2 | 56,2 | 73,5 | 51 |
Tríplice Viral Dose 2 | 70,1 | 69,2 | 48 | 51,5 | 37,1 |
Tríplice bacteriana | 51,5 | 39,1 | 47 | 62,9 | 34,6 |
Poliomielite | 57,2 | 48,8 | 38,1 | 59,8 | 35,6 |
Varicela | 63,4 | 72 | 52 | 65 | 40 |