Um dos maiores polos econômicos da América Latina, São Paulo chega aos 469 anos com uma trajetória de desenvolvimento que envolve muita engenharia, inovação e tecnologia. Exemplo disso é a posição da cidade no Connected Smart Cities, levantamento da Urban System que coleta informações de todo o Brasil e indica quais são os municípios mais inteligentes do país a partir de 75 indicadores de políticas públicas em 11 eixos temáticos: urbanismo, economia, educação, empreendedorismo, energia, governança, mobilidade, segurança, meio ambiente, tecnologia & inovação e saúde. No ranking, São Paulo fica atrás apenas de Curitiba (PR) e Florianópolis (SC).
 

Os critérios de avaliação consideram o poder de ações propositivas e integrativas para o desenvolvimento urbano. Neste cenário, tudo se conecta. O que significa que uma cidade, para ser mais inteligente, precisa encarar seus desafios com visão inovadora e coletiva. Ser feita por pessoas e para as pessoas.
 

É o que vemos nas avenidas fechadas para veículos e abertas para o público (Paulista Aberta e Minhocão); no maior número de museus do Brasil (são 111, distribuídos em todas as regiões, do Museu do Ipiranga ao Catavento, da Pinacoteca ao Museu da Imigração e por aí vai); na geração de empregos e renda (a capital teve participação de 9,8% no PIB nacional); e, onde, há cerca de 50 anos, uma única linha de metrô de pouco mais de 14 quilômetros transportava em média 2,8 mil pessoas por dia, enquanto, atualmente, já soma mais de 100 km para 5 milhões de passageiros diários. Ou seja, existe um caminho para o futuro com o qual sonhamos, em que os problemas serão transformados em oportunidades e os serviços universais e eficientes, para todos e em igualdade.
 

Uma cidade tão grande quanto São Paulo -- a quarta mais populosa do mundo em análises internacionais --, precisa de um planejamento focado, com atenção aos pontos de carência, e uma identificação minuciosa de próximos passos a serem colocados em prática para promover uma verdadeira integração de soluções inovadoras conectadas às principais tendências, especialmente a digitalização.
 

A revolução tecnológica precisa ser um pilar básico do setor público, no legislativo e executivo, para que possamos acompanhar tamanho crescimento com infraestrutura e amparo legal no intuito de tornar os processos para implementação de projetos e parcerias mais ágeis e menos burocráticos.
 

Afinal, para resolver os problemas que ainda existem (e que são muitos), devemos trabalhar juntos. E já está mais do que provado que temos capacidade técnica para isso. Basta apostar no que temos de melhor: vontade de trabalhar e criatividade para encontrar soluções que estejam à altura da complexidade de tantos desafios.
 

*Vinicius Marchese é engenheiro de telecomunicações e presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP)