x-ministro da Justiça diz que prisão foi "um tiro de canhão"
Em oitiva realizada no dia 14 de janeiro, durante audiência de custódia, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Anderson Torres negou ligação com os atos de vandalismo que ocorreram em Brasília no início do mês. No documento, obtido pelo Diário do Poder, Torres diz que a prisão e a acusação o “pegaram muito de surpresa“.
Durante o depoimento, o ex-ministro fez diversos pedidos de desculpas e afirmou que a prisão foi “um tiro de canhão” no peito.
“Estou num momento em que eu, realmente, vendo ali os tipos penais que estão sendo imputados a mim, são coisas inimagináveis para uma pessoa como eu, então é muito difícil. Peço desculpas, o senhor é o primeiro que está me ouvindo, eu estava nos Estados Unidos e tive essa notícia, tive que vir rápido depois da notícia da minha prisão e da busca e apreensão na minha casa, comprei uma passagem caríssima, tirada do meu salário, não tenho outra renda, e preciso de oportunidade para falar isso, para me defender, para falar que não dei causa aos fatos” declarou o ex-ministro.
Torres afirma não saber como o processo evolui a ponto dele acabar sendo detido e nega as acusações.
“Eu saio todo dia de casa às 7 (sete) da manhã e chego meia-noite, desculpe o desabafo, mas sendo acusado de terrorismo, golpe de Estado?! Pelo amor de Deus, o que está acontecendo?! Eu não sei…“
Torres destacou a reviravolta que está enfrentando, saindo da condição de ministro da Justiça para ser preso.
“Até 15 (quinze) dias atrás eu era Ministro da Justiça, hoje estou preso. Foi um suplício chegar no Brasil sem problemas, escondido, escondendo a cabeça, foi um negócio horroroso, que nem em pesadelo…“
Já no fim do depoimento, o ex-ministro afirma estar à disposição da Justiça.
“Eu vim bem no avião, cheguei direto pra cá, não teve outro caminho e estou à disposição dos senhores e do Ministério Público, se os senhores quiserem vir aqui“.