BRASIL
16/12/2022 07H48
Um trabalho que durou o tempo de uma gestação acaba de gerar um importante fruto de impacto positivo para o meio ambiente.
A escola municipal de educação infantil Leonor Mendes de Barros (Gonzaga) recebeu nesta semana o certificado de primeira Escola Lixo Zero de São Paulo e a segunda do País. A outra unidade fica no Estado de Santa Catarina.
A certificação foi emitida pelo Instituto Lixo Zero Brasil que apurou em auditoria, na última sexta-feira (9), que a escola conseguiu destinar corretamente 97,6% dos seus resíduos, evitando a formação de mais de uma tonelada de CO²eq (medida para comparar emissões de gases de efeito estufa).
Há nove meses a unidade iniciou o projeto Escola Lixo Zero, com o envolvimento de 240 crianças de três a seis anos de idade e 60 profissionais, sendo 40 professores.
Num trabalho de educação ambiental, a comunidade escolar passou a fazer a separação correta de recicláveis, compostáveis, óleo de cozinha, tampinhas, esponjas velhas e eletroeletrônicos de modo a gerar renda, ter economia e proteger o meio ambiente.
De agosto ao início deste mês, já foram compostadas duas toneladas de orgânicos na escola, que em poucos meses viraram adubo para a horta escolar, ampliando os benefícios à natureza.
O prefeito Rogério Santos saudou a conquista ressaltando a importância de sensibilizar a sociedade para a conservação do planeta. "É fundamental que essa prática esteja integrada à sociedade e presente na escola, conscientizando as futuras gerações e estimulando não só o cuidado com o meio ambiente, mas a cidadania".
O sucesso da 'Leonor', de acordo com o ambientalista e presidente do Santos Lixo Zero, intituição responsável pela criação do projeto, André Tomé, se deve ao comprometimento da escola. “Tivemos o apoio da gestão e muito espaço verde para trabalhar: dois pré-requisitos fundamentais”.
MUDANÇA
Ao longo do processo, a comunidade recebeu orientação semanal de duas educadoras ambientais - Camila Machado Alvarenga e Juciara Gomes Oliveira, além da diretora da unidade, Márcia Calçada e da coordenadora pedagógica Rosana Modesto Salvador.
“Entendo esse projeto como um princípio para todas as escolas, porque se nós, equipamentos públicos de educação não trabalharmos com esse tema de forma aplicada, como poderemos educar as novas gerações? Afinal, não foi tão difícil assim, todo mundo se envolveu. Agora, vamos dar continuidade com novos alunos e novos professores porque já se tornou uma prática nossa", disse a diretora Márcia.
Antes de iniciar o projeto formalmente, a unidade já mantinha práticas ambientais, mas com o Escola Lixo Zero a organização e localização de locais próprios para cada rejeito ficou mais visível, por exemplo.
André Tomé, do Santos Lixo Zero, enumera algumas melhorias implementadas na 'Leonor Mendes de Barros. "Eliminamos lixeiras e sacos de lixo, temos residuários, compostagem, reciclagem", cita ele, com a ideia de expandir a iniciativa para outras escolas.
Além do trabalho direto com a comunidade, foi distribuída uma cartilha com dicas ambientais e conceitos do lixo zero (https://santoslixozero.org/escola-lixo-zero/ )
O projeto na unidade tem patrocínio da Santos Port Authority e parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Seduc).