SANTOS
27/10/2022 10H58
Formandos do Programa Santos Jovem Doutor, de nove escolas municipais, subiram a serra para conhecer a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), nesta terça-feira (25). A visita faz parte da programação de formatura dos 163 estudantes que participam da iniciativa e, para contemplar todos os adolescentes, a experiência também ocorrerá nesta quarta-feira (26), com jovens de outras sete escolas, somando 16 UMEs beneficiadas.
Realizada desde 2015 na rede municipal de educação, a ação é uma parceria entre as secretarias municipais de Educação (Seduc) e de Saúde (SMS), com a FMUSP, por meio da disciplina de Telemedicina, e tem o intuito de realizar ações de valorização da ciência, prevenção e promoção da saúde, incentivando a cidadania e as relações interpessoais. Além disso, transforma alunos em multiplicadores do conhecimento em suas escolas e comunidades. A iniciativa é destinada aos estudantes de 8º e 9º anos, e em formato piloto para os de 7º ano. Nesta 8ª edição, o programa conta com 473 participantes.
Antes da visitação, foi realizada uma cerimônia, com a presença de autoridades da universidade e do município de Santos, além da equipe de coordenação do programa. “O que acontece aqui é algo fabuloso. Os alunos são os vetores da transformação que tanto precisamos. Espero que esta visita marque a vida dos estudantes e eles passem para frente a informação de que com ciência a gente muda”, disse o vice-diretor da FMUSP, o médico Roger Chammas. A solenidade também homenageou o professor da faculdade Gyorgy Miklós Bohm, que faleceu na semana passada (18 de outubro), e era um grande incentivador do programa Santos Jovem Doutor.
Idealizador do programa e chefe da disciplina de Telemedicina da FMUSP, o médico Chao Lung Wen destacou a importância do momento. “Este é um marco emocional, a consagração dos esforços dos alunos e seus professores. Esta experiência traz também a esperança de que, se podem estar aqui enquanto ainda estão no ensino fundamental, poderão, com dedicação, entrar um dia para a Universidade de São Paulo”.
A secretária de educação, Cristina Barletta, deixou uma mensagem para os alunos. “Digo aos estudantes que podem fazer o que quiserem, basta ter empenho, perceber seus dons, porque todos possuem talentos. Precisam ir em busca do conhecimento, porque assim terão escolhas e projetos de vida. E os professores são essenciais neste processo”, ressaltou ela, agradecendo pela parceria com a secretaria de Saúde de Santos e com a FMUSP.
Na ocasião, foi lançado o Passaporte do Programa Santos Jovem Doutor, que será um documento para registrar todas as atividades e ações realizadas pelos participantes. O evento foi prestigiado também pelo chefe do departamento de patologia da faculdade, Dr. Paulo Saldiva, pelo presidente da comissão de cultura e extensão da FMUSP, Dr. Carlos Serrano e pela vereadora de Santos, Audrey Kleys, autora da lei 3.816, sancionada pelo prefeito Rogério Santos, que tornou a ação uma política pública em 2021.
EXPERIÊNCIA
Os jovens puderam conhecer um pouco da história do prédio que foi inaugurado em 1931; o laboratório do ‘Homem Virtual’, local em que se realiza a modelagem 3D do corpo humano, com validação científica; o museu da faculdade; alguns espaços que compõem o Hospital das Clínicas, entre outros ambientes. Tiveram ainda a experiência de almoçar em um dos restaurantes do espaço.
“Estávamos há dois anos sem realizar a visita, por causa da pandemia, e voltar com esta experiência é importante. Uma viagem de conhecimento, vivida de forma intensa e alegre. Nossa única certeza é que todos retornam diferentes. Temos muito orgulho de ter a USP dentro de nossas escolas. Desde o início, o programa já formou mais de 1.000 jovens”, afirmou a coordenadora executiva do Santos Jovem Doutor, Ana Caetano.
A aluna Monique Cristine dos Santos Viana, 15, do 9º ano da UME Oswaldo Justo, estava muito animada. “Eu achei uma experiência muito boa e a gente pôde aprender ainda mais. Nunca tinha vindo à USP”. Raiane Vitória Aragão de Souza, 15, do 9º ano da UME Monte Cabrão, também não escondeu a felicidade. “Estava ansiosa para conhecer o ‘homem virtual’”, falou a estudante, que quer retornar para o programa no próximo ano como veterana, para colaborar com os demais participantes.
Segundo a professora Lizandra Ferreira, que cuida da ação na UME Monte Cabrão, os estudantes ficaram atentos a todas as falas e aproveitaram muito. “O programa transforma a vida dos alunos, muda a concepção de sociedade. Eles passam a se entender como sujeito integrante, modificam o comportamento, praticam a escrita, leitura e são multiplicadores das informações”, acrescentou a educadora.