No passado, não muito distante, os professores eram encarados como autoridades em sala de aula. Sua figura era respeitada por famílias e alunos de todas as idades. Os anos se passaram e muita coisa mudou. Enquanto tivemos avanços significativos na tecnologia e em metodologias de ensino que contribuíram para o avanço do ensino nas escolas, os professores – profissionais que desempenham o papel de educadores, foram esquecidos pela educação brasileira.   

 

É inquestionável que os desafios para ser professor no Brasil são inúmeros. E isso comprova-se por números. Há dois anos foi divulgado um estudo realizado pela Varkey Foundation, organização educacional, que ouviu a percepção de 42 mil pessoas em 35 países sobre os docentes. O Brasil teve o pior índice e ficou entre os países em que o professor tem menor prestígio.   

 

Infelizmente, esses dados não surpreendem, mas deveriam servir para impulsionar melhorias na educação brasileira. Muito exige-se do professor, mas o reconhecimento pelo importante papel que ele desempenha nem sempre chega. Isso vê-se evidente na desvalorização do salário em muitas regiões, além do desrespeito dos alunos em sala de aula.  

 

Se formos analisar o cenário geral, existe, sim, um longo caminho para mudança. Mas ela deve partir por algum lugar. Acredito que fazer diferente faz a diferença. Por isso, é importante que a metodologia aplicada para a contratação de novos docentes vá além das questões pedagógicas. O mesmo acolhimento oferecido aos alunos deve ser dado a esses profissionais – e essa visão funciona. Países com melhor classificação no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) investem alto na valorização dos professores e exigem excelência acadêmica de quem quer entrar para a docência.  

 

A questão não é só o que devemos fazer de diferente, mas o que já estamos fazendo para avançar neste cenário 

 

É preciso avaliar, antes de tudo, a vontade de fazer a diferença no ensino e na formação do futuro da nossa nação. 

 

Não tem como exigirmos respeito dos alunos se não dermos o devido exemplo. Então, a fim de valorizá-los ainda mais, é vital manter os ouvidos atentos às necessidades dos docentes e, com isso, implementar melhorias que levem qualidade de vida e de ensino ao longo dos anos.  

 

Hoje, após anos de desenvolvimento contínuo, conseguimos implementar uma metodologia que reduz em quase 70% a parte burocrática que os professores têm em sala de aula, que envolve menos correção de provas. Para ajudar nisto, passamos a utilizar plataformas digitais que realizam a atividade de diagramação e correção, oferecendo também um amplo banco de questões que otimiza o tempo na elaboração de novas provas. Esse novo método não beneficia só os alunos, mas comprova que, para nós, a experiência do professor é muito mais valiosa e proveitosa que o seu conhecimento pedagógico. Outra ferramenta é o suporte que damos através de nossos coordenadores de área, que estão sempre à disposição para compartilhar soluções e tirar dúvidas, além de frequentes lives realizadas com temas sempre sugeridos pelo corpo pedagógico da Rede Decisão.  

 

Sem dúvida, precisamos de melhorias maiores, em grande escala e urgentes quando analisamos o cenário nacional. Mas vejo que é possível implantar melhorias que valorizem esses profissionais e, juntos, fazermos a diferença na história da educação.  

 

*Regina Alves é fundadora da Rede Decisão, grupo educacional brasileiro responsável pela gestão pedagógica de escolas privadas de educação básica. 

 

 

Sobre a Rede Decisão     

     

A Rede Decisão é um grupo educacional brasileiro fundado em 1984 e responsável pela gestão pedagógica de escolas privadas de educação básica (“K-12”). O grupo tem 16 unidades localizadas nos estados de São Paulo e Minas Gerais. E, atualmente, conta com cerca de 8.000 alunos. A companhia educacional também prepara alunos para o Ensino Superior, o desenvolvimento pessoal e profissional, promove um ambiente de diversidade e busca criar impacto positivo nas comunidades do entorno.