Repórteres da Reuters * - Madri/Helsinque

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Reuters

Integrante da Otan, a Turquia retirou seu veto às candidaturas de Finlândia e Suécia à aliança militar ocidental nesta terça-feira (28), após os três países concordarem em proteger a segurança um do outro, encerrando um drama de semanas que testou a unidade do grupo contra a invasão da Rússia à Ucrânia.

O avanço aconteceu após quatro horas de conversas antes do início de uma cúpula da Otan em Madri, evitando um impasse vexatório na reunião com 30 líderes da aliança liderada pelos Estados Unidos, que busca mostrar determinação contra a Rússia, agora vista pela Otan como uma ameaça direta, em vez de uma possível adversária.

Isso significa que Finlândia e Suécia podem progredir com suas candidaturas para integrarem a aliança que possui armas nucleares, solidificando o que deve ser a maior mudança no panorama da segurança europeia em décadas, uma vez que os dois países nórdicos, neutros há tanto tempo, buscam a proteção da Otan.

“Nossos ministros das Relações Exteriores assinaram um memorando trilateral que confirma que a Turquia... apoiará o convite à Finlândia e à Suécia para se tornarem integrantes da Otan”, afirmou o presidente finlandês, Sauli Niinistö, em um comunicado.

“Os passos concretos pelo nosso acesso à Otan serão concordados pelos aliados da Otan durante os próximos dois dias, mas a decisão agora é iminente”, acrescentou.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e a Presidência da Turquia confirmaram o acordo em comunicados separados, após conversas entre o chefe da Otan, o presidente turco, Tayyip Erdogan; a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, e Niinistö.

As principais demandas da Turquia, que surpreenderam os países-membros da Otan no final de maio, eram que os países nórdicos parassem de apoiar grupos militantes curdos presentes em seus territórios e levantassem as proibição de algumas vendas de armas para a Turquia.

Stoltenberg disse que os termos do acordo envolviam a Suécia intensificando o trabalho em pedidos de extradição turcos de supostos militantes e alterações nas leis sueca e finlandesa para endurecer suas abordagens sobre os suspeitos.

Stoltenberg disse que a Suécia e a Finlândia também vão suspender suas restrições à venda de armas para a Turquia.

A Turquia levantou sérias preocupações de que a Suécia tem abrigado o que diz ser militantes do proibido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que pegou em armas contra o Estado turco em 1984. Estocolmo nega a acusação.