Chamar a atenção da sociedade e dar cada vez mais visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram os temas principais da comemoração alusiva ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, realizada nesta segunda-feira (4), na Sala Princesa Isabel, no Paço Municipal. O evento reuniu autoridades, representantes de entidades e familiares de pessoas diagnosticadas com autismo.

Para lembrar a data, oficialmente comemorada em 2 abril, o prefeito Rogério Santos anunciou que o Centro de Reabilitação e Estimulação do Neurodesenvolvimento (Cren), também conhecido como clínica-escola do autista (https://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/clinica-escola-em-santos-oferece-ambientes-especiais-para-a-autonomia-de-autistas), receberá o nome de Ana Lúcia Felix, em homenagem à criadora do grupo Acolhe Autismo. Ela, que lutava, junto com outras mães, pela visibilidade e respeito à causa, morreu em maio do ano passado vítima de covid-19.  
“É mais que justo que a Cidade a homenageie porque a clínica-escola é algo pelo qual ela lutou muito e se tornou realidade. Vamos cada vez trabalhar mais e melhor em torno dessa política pública”, afirmou o prefeito.
Representante do Grupo Acolhe Autismo, Abigail Bueno, ficou satisfeita com a homenagem à amiga.  “Merecido demais, porque todo o trabalho de conscientização começou com ela há dez anos. A Ana já fazia parte do Grupo Acolhe em São Paulo e sonhava realizar o mesmo aqui. Quando conseguimos reunir umas cinco mães para fazer o primeiro Dia Azul e incluir a data no calendário da Cidade, sabíamos que o propósito seria maior”.

COLAR GIRASSOL
O chefe do Executivo falou ainda sobre a importância de dar visibilidade e oportunidade às pessoas com autismo e outras deficiências. “A gente vê hoje professores, psicólogos e outros profissionais diagnosticados que vivem uma vida totalmente integrada, com emprego e participação social”.
Nesse grupo está a psicóloga Sabrina Galaxe Peixoto Araújo, 28 anos.  Ela descobriu o autismo em outubro de 2021 e agora faz questão de usar o Colar Girassol, documento criado pela Prefeitura para identificar pessoas com algum tipo de deficiência não visível. 
“Isto representa a minha identidade. Ele serve para que a sociedade veja que o autismo não está na nossa cara. Desmistifica o estereótipo que as pessoas têm. Depois que fui diagnosticada, comecei a entender melhor as pessoas que atendo e isso tem me ajudado bastante, porque temos nos identificado mais”.