A Capep, caixa de assistência à saúde dos 12 mil servidores municipais de Santos, 6 mil aposentados e cerca de 8 mil dependentes, totalizando mais de 26 mil pessoas, não será terceirizada.

A garantia foi dada pelo secretário municipal de gestão, Rogério Custódio, na câmara de vereadores, na noite de quarta-feira (2), em audiência pública sobre a autarquia.

A reunião foi convocada pela vereadora Telma de Souza (PT), a pedido do presidente do sindicato Sindest, Fábio Pimentel, e contou com participação da presidenta da Capep, Gilvânia Nunes Beltrão Álvares.

 

 

Falta diálogo

e transparência

 

Na abertura dos trabalhos, Telma enumerou diversos problemas, como dificuldades para agendamento de consultas, exames e cirurgias eletivas (não urgentes). Criticou a eventual taxação de dependentes.

Telma apontou falta de transparência e diálogo franco com a categoria sobre a dívida da caixa, providências para diminuição de filas e descredenciamentos de médicos, hospitais e clínicas.

Fábio, por sua vez, foi taxativo: “Sentimos os problemas na pele e muito disso se deve à falta de correção salarial da categoria nos últimos anos, o que diminui também a arrecadação da Capep”.

 

 

Culpa

do governo

 

“Nossa defasagem salarial é superior a 20%, índice insuportável para a caixa, que já tinha um orçamento deficitário. E a responsabilidade disso cabe ao governo municipal”, disse o presidente do Sindest.

Gilvânia, por sua vez, tida com administradora competente por todos da mesa, apresentou números e cifras, relatando dificuldades que, segundo ela, o prefeito Rogério Pereira (PSDB) se empenha para contornar.

Custódio causou boa impressão ao afirmar que a Capep não será fechada nem terceirizada ou transformada em plano de saúde. Mas depois desapontou a todos quando falou de um projeto de reestruturação.

 

 

Começou bem,

mas terminou mal

 

Respondendo a uma pergunta do plenário sobre se os servidores serão consultados antes do projeto ser enviado à câmara, ele primeiro disse que o debate caberia aos vereadores.

Sentindo o mal-estar causado pela afirmação, ele tentou consertá-la, dizendo que conversará com o prefeito para a categoria ser consultada. “Começou bem e terminou mal”, disse a vereadora Débora Camilo (Psol).

Para Fábio Pimentel, o projeto só deve ser finalizado, debatido com os servidores e com os vereadores depois que a prefeitura arcar com os rombos deixados pelos antecessores.