Na foto, protesto do sindicato dos servidores, em 14 de dezembro, diante da
prefeitura

As 450 merendeiras, pajens e auxiliares de serviços básicos da prefeitura de
São Vicente ganham R$ 948, ou seja, menos de um salário mínimo, que passou
de R$ 1.100 para R$ 1.212 em 1º de janeiro.
O presidente do sindicato dos servidores municipais, Edson Paixão, criticou
o absurdo em ‘live’, na noite de segunda-feira (3), e disse que poderá haver
greve do funcionalismo neste começo de ano.
No programa ao vivo, do sindicato dos estatutários de Santos (Sindest), ele
reclamou que o prefeito Kayo Amado (Pode) se nega a conversar sobre a
campanha salarial do funcionalismo.
“Nesta segunda-feira, liguei para ele quatro vezes e deixei mensagens”,
ponderou Edson. “Paciência tem limite e a cidade poderá ser paralisada
contra quem governa de costas para o servidor”.


Incitar a
revolução

Segundo ele, o prefeito e os vereadores “mantêm as portas fechadas para a
negociação da data-base de fevereiro. Vamos parar tudo e denunciá-los. Os
parlamentares também não colaboram conosco”.
“Sou de paz, porém sei como incitar uma revolução. Para garantir a paz, se
preciso, faremos a guerra”, disse o presidente na ‘live’ transmitida pelo
Facebook e Youtube, disponível na rede social do sindicato.
Edson lamentou que a gestão de Kayo “mantém as portas fechadas o ano todo.
Abriu-as apenas para apresentar uma proposta que foi rejeitada unanimemente
por assembleia no final do ano”.


Limite na
quinta-feira

Os presidentes dos sindicatos de Santos, Guarujá e Praia Grande, Fábio
Pimentel, Zoel Siqueira e Adriano Lopes ‘Pixoxó’ também falaram na ‘live’
sobre suas campanhas salariais.
Com data-base em fevereiro, os 12 mil servidores da ativa e 8 mil
aposentados de Santos terão assembleia nesta quinta-feira (6), para avaliar
possível proposta do prefeito Rogério Pereira (PSDB).
Nesta terça-feira (4), às 16 horas, Fábio terá reunião com o secretário
municipal de gestão, Rogério Custódio, cujo resultado será avaliado na
assembleia. “Quinta-feira é o limite”, diz o sindicalista.


Protesto na
Praça Mauá

Se a proposta da prefeitura não contemplar as reivindicações da categoria, a
assembleia acertará os detalhes de protesto na Praça Mauá, diante do paço,
na quarta-feira da próxima semana (12).
“A prefeitura já deveria ter negociado pelo menos os itens sociais, pois
recebeu as reivindicações no final de outubro”, lastimou Fábio. A assembleia
será às 19 horas, no Sintrasaúde, Avenida Ana Costa, 70.
Os servidores reivindicam reposição salarial de 23,38%, que corresponde a
três índices inflacionários: 4,19%, 4,56% e 13,25%, referentes a 2020, 2021
e 2022.


Diálogo
favorável

A pauta, de 47 itens, cobra cesta-básica de R$ 600, corrigida mensalmente,
além de vale-refeição diário de R$ 35, totalizando R$ 1.050 no mês. Ela foi
aprovada em assembleia no dia 27 de outubro.
Também nesta quinta-feira (6), às 19 horas, haverá a primeira assembleia do
Sindserv Guarujá, na sede da Rua Manoel Hipólito do Rego, 84, bairro Boa
Esperança, Itapema, para a data-base de abril.
Os servidores definirão as reivindicações que serão encaminhadas ao prefeito
Válter Suman (PSDB) no dia seguinte, sexta-feira (7). “Temos pressa, apesar
de acreditarmos num diálogo favorável”, disse Zoel.


Reedição
da lei 173

O presidente do Sindserv ponderou que todas as categorias regidas pela CLT
(consolidação das leis do trabalho) tiveram reajustes e até aumentos
salariais nos últimos três anos, menos o funcionalismo.
O sindicalista condenou a lei 173-2020, do presidente Jair Bolsonaro, que
expirou em 31 de dezembro e proibiu correções salariais de servidores desde
27 de maio do ano passado.
Zoel disse temer a possibilidade de reedição dessa lei e ressaltou que
pretende evitar complicações com a legislação que não permite aumento dos
salários do funcionalismo depois de 8 de abril.


Caminhou bem
até 27 de dezembro

Ele se refere à lei 9.504-1997, que proíbe correção salarial acima das
perdas inflacionárias em ano eleitoral como 2022, quando os brasileiros
votarão em presidente, governador, senador, deputado federal e estadual.
A diretoria proporá à assembleia que reivindique reajuste salarial linear de
20%, além dos mesmos itens da pauta de 2021, que foram ignorados pela
prefeitura. São 6 mil na ativa e 3 mil aposentados.
Por sua vez, Pixoxó disse que o entendimento com a prefeita de Praia Grande,
Raquel Chini (PSDB), caminhou bem até 27 de dezembro, quando a câmara
aprovou reforma previdenciária de autoria dela.


Mandado
de segurança

Ele anunciou que, neste mês, o jurídico do sindicato usará mandado de
segurança contra a reforma. E que a diretoria intensificará as atividades da
campanha salarial para a data-base de maio.
Os trabalhadores tiveram reajuste salarial de 9,32% sobre os salários de 1º
de janeiro de 2021, equivalente à inflação de maio de 2019 a abril de 2020.
E dos mesmos meses de 2020 a 2021.
O índice foi aplicado a partir deste 1º de janeiro de 2022 e o acordo prevê
novo reajuste em março. Pixoxó diz que a mobilização dos 12 mil da ativa e 6
mil aposentados começará nesta primeira semana de janeiro.