Agência Brasil - Rio de Janeiro
Uma casa de alto padrão que estava sendo construída de forma irregular na localidade da Muzema, em Rio das Pedras, área dominada pela milícia, foi demolida, na manhã desta quarta-feira (22). A ação foi comandada pela força-tarefa do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para enfrentamento à ocupação irregular do solo urbano do Ministério Público (MP). A Polícia Militar e a prefeitura apoiaram a ação.
É a terceira operação conjunta, em 30 dias, para demolir construções feitas pela milícia em Rio das Pedras e na Muzema, com objetivo de conter a expansão imobiliária e ocupação irregular do solo, disse a promotora de Justiça Roberta Laplace, que acompanhou a demolição. “Após quatro operações para prender milicianos, e 72 denunciados desde 2019, o Gaeco tem pleno conhecimento de que a construção irregular de imóveis é uma das maiores fontes de renda da milícia, sendo ações como a de hoje de extrema relevância para sufocá-los financeiramente”, afirmou Roberta.
O secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale, também esteve no local e destacou o combate ao uso irregular do solo por milicianos. “Esta é mais uma operação que fazemos em conjunto com o Gaeco para combater as construções irregulares. A Secretaria de Ordem Pública vai continuar trabalhando firme para asfixiar o crime organizado e ordenar a cidade. Através dessa integração, a prefeitura se coloca como mais uma força para a segurança pública”, destacou Carnevale.
Situado na Estrada do Itanhangá, o prédio residencial irregular que foi demolido pertence ao policial militar Ronny Pessanha de Oliveira, denunciado pelo MP e preso em dezembro de 2020, durante a Operação Sturm, por integrar a milícia que atua na região. O prédio foi construído sem projeto aprovado pela prefeitura e em desacordo com as leis municipais de parcelamento do solo urbano.
No último dia 10, foi realizada operação para demolir um prédio que estava sendo construído pela milícia de Rio das Pedras em área pública como um shopping, cujas lojas seriam alugadas pela organização criminosa para comerciantes locais. No dia 26 de novembro, a força-tarefa demoliu outro prédio da milícia de Rio das Pedras, que também estava sendo construído em área irregular.