Álvaro Gradim, presidente das Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP), ao comentar a reunião do Copom desta semana (26 e 27 de outubro), alerta que inflação em alta e juros maiores para financiamento de bens e produtos têm impacto maior este ano sobre os servidores paulistas. Motivo: seus salários reais foram reduzidos pelo Governo Dória e o prefeito da Capital, Ricardo Nunes.

Além do não reajuste, o que já representa queda do valor real dos vencimentos, Gradim lembra que, em 2020, a reforma previdenciária de João Dória aumentou as alíquotas de contribuição dos servidores, reduzindo seu salário líquido. Logo após a aprovação da medida, ele editou o Decreto 65.021/2020, estabelecendo que a contribuição previdenciária dos aposentados não mais incidiria sobre o valor da parcela dos proventos que superasse o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Os descontos, assim, passaram a incidir sobre a parcela dos proventos que excedesse a um salário-mínimo nacional, por faixa salarial.

Agora, o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes, imitou o governador paulista. Projeto de sua iniciativa, aprovado em primeira votação pela Câmara Municipal, determina que os inativos passarão, de imediato, a recolher contribuição acima do salário-mínimo e não mais apenas do teto do INSS. Isso significará redução de seus proventos líquidos. A proposta também aumenta a idade mínima de aposentadoria a 65 anos para os homens e 63 para as mulheres. Equipara-se, assim, às regras do INSS.

Este ano, o governador João Dória também enviou à Assembleia Legislativa o Projeto de Lei Complementar 26/2021, que altera regimes legais, desvinculando a Bonificação por Resultados dos salários e revogando faltas abonadas, com impactos que implicam perdas na Licença Prêmio. Além disso, extingue a correção anual do adicional de insalubridade pelo Índice de Preços ao Consumidor. Também limita a 12 meses o abono de permanência, pago a funcionários com tempo suficiente para aposentadoria voluntária, prejudicando profissionais cuja experiência e competência são essenciais à prestação de bons serviços à sociedade.

"Vai ficando difícil a situação dos servidores públicos paulistas, inclusive os aposentados, que, com a inflação quase batendo nos dois dígitos, têm seus vencimentos reduzidos pelo poder público", lamenta o presidente da AFPESP. Apesar de tudo, conclui, "a categoria segue trabalhando com muito empenho em favor da sociedade, seja na vacinação, na volta às aulas presenciais, na segurança pública e outras atividades essenciais para a população".


Sobre a AFPESP

A Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP) é uma entidade sem fins lucrativos e direcionada ao bem-estar dos servidores civis estaduais, municipais e federais atuantes do território paulista. Fundada há oito décadas, é a maior instituição associativa da América Latina, com mais de 244 mil associados.

Está presente em mais de 30 cidades. Tem sede e subsede social no centro da capital paulista, 20 unidades de lazer com hospedagem em tradicionais cidades turísticas litorâneas, rurais e urbanas de São Paulo e Minas Gerais, além de 18 unidades regionais distribuídas estrategicamente no Estado de São Paulo.