O câncer de cabeça e pescoço mata 10 mil brasileiros anualmente, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP). Neste mês, é celebrado o Julho Verde, com o objetivo de conscientizar e combater essa doença que atinge 41 mil brasileiros por ano, segundo levantamento feito em 2019 pelo Instituto Nacional do Câncer.

Criada pela SBCCP, a campanha Julho Verde é voltada para conscientizar os brasileiros sobre a importância do diagnóstico precoce. O consumo de álcool e o tabagismo são alguns dos fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço -esse hábito pode multiplicar em até 20 vezes o risco de uma pessoa saudável desenvolver essa doença, segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. Outro fator é a infecção pelo HPV, que tem contribuído para o aumento de casos da doença entre os mais jovens de 45 anos ou menos.

Uma das motivações dessa campanha de conscientização envolve chamar atenção da sociedade para a negligência em torno desse tumor e seus sintomas, que são dos mais comuns, como lesões na boca que não cicatrizam; caroços na região do pescoço; rouquidão; dificuldade de engolir ou dor de garganta persistente. O deputado Afonso Lobato (PV), ressaltou a importância e o papel da conscientização. "As campanhas de conscientização têm um papel fundamental: salvar vidas", falou.

O diagnóstico tardio, que representa 60% dos casos, é o que preocupa, pois quanto mais tarde for detectada a doença, menores as chances de cura. Segundo estimativa da SBCCP, até 2022 cerca de 50 mil brasileiros serão diagnosticados com câncer de cabeça e pescoço.

Para a deputada e presidente da Comissão de Saúde da Alesp, Patrícia Bezerra (PSDB), essa é a parte mais preocupante. "É um dado extremamente preocupante, principalmente por conta do grande percentual de diagnóstico tardio que é um sério agravante para o tratamento da doença'', disse.

Ela ressaltou que é necessária a união e debate do tema, para incentivar a população a se conscientizar e buscar os tratamentos adequados. "Com apoio dos especialistas da área, poderemos difundir os métodos de prevenção, diagnóstico e a jornada de tratamento", falou.

Tanto Patrícia Bezerra quanto Afonso Lobato destacaram que é fundamental essas campanhas terem a repercussão necessária com o objetivo do diagnóstico precoce e "para que diminua tanta dor e sofrimento que poderiam ser evitados com o sucesso dessas campanhas", disse o deputado.