Agência Brasil - Brasília

Preocupado com o baixo volume nos reservatórios das hidrelétricas do país, o governo federal montou uma sala de situação sobre condições hidrológicas e gestão energética para tratar do problema. Ontem (13), durante a primeira reunião da equipe, foram debatidas ações para preservar o volume dos reservatórios sem prejudicar o abastecimento de energia no país.

A expectativa é que um plano de ação seja apresentado nos próximos dias, com medidas para reduzir a vazão de parte dos reservatórios.

O grupo foi criado após após alerta do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e de outros órgãos ligados ao Ministério de Minas e Energia (MME) sobre a maior crise hidrológica em 91 anos.

De acordo com a assessoria do MME, durante a reunião, foram discutidas medidas que buscam maximizar a geração das usinas termelétricas e de outras fontes de energia, permitindo estocar mais água nas represas das hidrelétricas. Também foram avaliadas outras ações que possam ser adotadas para “garantir que a segurança energética do país seja preservada para este e os próximos anos”.

Os dados mostram que o período de setembro de 2020 a abril de 2021 registrou o menor volume histórico de água nos reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que representam 70% da capacidade de armazenamento do país.

De acordo com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), em abril, o volume desses reservatórios alcançou o menor nível verificado para o mês desde 2015. Além disso, o mês passado também registrou volume de chuvas abaixo da média histórica nas bacias hidrográficas do Sul, Nordeste e Norte do país.

Com o término do período chuvoso no Sudeste e no Centro-Oeste e com os baixos volumes armazenados nos reservatórios, o CMSE ressaltou a necessidade da adoção de “ações mais vigorosas”.

Na semana passada, durante reunião, o comitê ampliou as medidas emergenciais adotadas para atendimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN), entre as quais a geração termelétrica fora da ordem de mérito e a importação de energia da Argentina ou do Uruguai, sem limitação de quantidade e preços, “desde que seja alocável na carga e respeitadas as restrições operativas, e de forma a minimizar o custo operacional total do sistema elétrico.”

Além de representantes do MME, participaram da reunião da sala de situação integrantes da Casa Civil e da Secretaria-Geral da Presidência da República, dos ministérios da Economia, Infraestrutura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional e além de órgãos como a Agência Nacional de Águas, a Agência Nacional de Transportes Aquaviário, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).