No Brasil, 16% da população não tem acesso à água tratada Linha fina

Após a vitória da Iguá Saneamento no bloco 2 do leilão da CEDAE, realizado no final de abril, o Instituto Iguá de Sustentabilidade, criado em 2018 com o objetivo de apoiar projetos de novas tecnologias para que mais pessoas possam ter acesso à água de boa qualidade e coleta de esgoto sustentável e estimular o uso responsável da água, se volta agora para a captação de recursos para o Fundo IPU - Water & Sanitation Venture Philanthropy.

Criado em parceria com o Climate Ventures, o fundo tem foco no investimento em startups ou organizações do setor. "O Fundo IPU nasceu no início da pandemia e temos o objetivo de oferecer investimento e aceleração para organizações de impacto social como startups e outras empresas", comenta Renata Ruggiero, diretora-presidente do Instituto Iguá.

O último relatório divulgado pelo Prosperity Fund, de origem britânica, apontou que o saneamento está na lista dos setores que podem movimentar cerca de R﹩ 3,5 trilhões em investimentos sustentáveis no Brasil até 2040. A estimativa é que projetos desse segmento sejam responsáveis por 14% do total de investimentos, tornando possível atender 24 milhões de brasileiros sem acesso a saneamento básico e cerca de quatro milhões que atualmente vivem sem água potável.

"Precisamos aumentar as possibilidades de financiamento para essas iniciativas inovadoras e o objetivo do Fundo IPU é justamente ser uma ferramenta de captação de recursos para quem deseja investir em projetos de impacto", complementa Renata.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 4,2 bilhões de pessoas no globo vivem sem acesso a saneamento básico. Em tempos de pandemia, , a escassez de água em instalações de saúde aumenta o risco de contaminação do coronavírus para cerca de 1,8 bilhão de pessoas no globo. Somente no Brasil, 16% da população não têm acesso à água tratada.