A vereadora Telma de Souza (PT), presidente da comissão parlamentar de
saúde, é a entrevistada da ‘live’ do sindicato dos servidores estatutários
de Santos (Sindest), às 19 horas desta terça-feira (13).
Com transmissão pelo Facebook e Youtube, aberto à participação da categoria
e do público, o programa abordará principalmente a valorização do trabalho
dos servidores durante a pandemia.
“Participo com muito orgulho”, diz Telma, “para abordar assuntos como a
falta de responsabilidade do governo federal diante do novo coronavírus e da
crise social agravada neste momento”.
O presidente do sindicato, Fábio Marcelo Pimentel, coincidentemente também
usa a palavra ‘orgulho’ para se referir à convidada da ‘live’ desta semana.
E diz que “ela é um ícone da saúde pública na cidade”.
A vereadora diz que abordará também a necessidade de defesa do SUS (sistema
único de saúde), dos profissionais do setor e as ações do seu mandato no
enfrentamento da crise gerada pela covid-19.


Modelo
para a OMS

Telma foi a primeira prefeita de Santos. Governou de janeiro de 1989 a
dezembro de 1992. Ao final, conseguiu aprovação de 97% entre ‘bom’, ‘ótimo’
e ‘regular’, segundo o Ibope e o Datafolha.
Elegeu o sucessor, médico sanitarista David Capistrano da Costa Filho
(1948-2000), também do PT, que foi seu secretário de saúde e responsável por
muitas medidas importantes na área.
A maior realização de seu governo foi a construção do sistema de saúde,
formado basicamente por uma rede de 21 policlínicas que cobriam as
necessidades dos moradores de todos os bairros.
“Era um serviço completo e de qualidade”, lembra o presidente do Sindest.
“Serviu como a porta de entrada para o recém-criado SUS. Por isso e outros
motivos, temos orgulho de recebê-la na ‘live’”.
A estrutura, idealizada por Capistrano e implantada por Telma,
transformou-se em modelo nacional e exemplo para outros países, com
aprovação do ministério da saúde e da OMS (organização mundial).


Ações
judiciais

O programa de controle da ‘aids’ na cidade foi considerado modelo
internacional de eficiência, a partir da mudança de enfoque adotada por seu
governo, com atenção especial aos soropositivos.
Esse programa adotou até educação preventiva nas escolas e fortaleceu o
sistema de vigilância epidemiológica, garantindo direitos inéditos aos
pacientes no combate à discriminação.
Santos saiu da condição de cidade com maior incidência de ‘aids’ por mil
habitantes para a vanguarda mundial no enfrentamento da epidemia. A
incidência por 100 mil habitantes estabilizou-se em 1995.
Assessorada também pelo médico epidemiologista Fábio Mesquita, que
participou da ‘live’ do Sindest na semana passada, Telma implantou a chamada
política de redução de danos.
Essa política, entre outras medidas, distribuía seringas descartáveis a
usuários de drogas injetáveis. De início, a medida foi bastante criticada e
gerou até ações judiciais contrárias.


Reconhecida
internacionalmente

Um promotor público chegou a requerer a prisão da prefeita, de Capistrano e
de Fábio Mesquita, diretor do setor. Mas a iniciativa foi reconhecida eficaz
e replicada mundo afora, com apoio da ONU.
Seu governo foi pioneiro também em outras ações no setor, principalmente na
saúde mental, com o fim da chamada ‘casa do horror’, como era conhecido o
hospital Anchieta.
Os programas de atendimento e internação domiciliar superaram as metas. E o
de saúde bucal foi reconhecido pela USP (universidade de São Paulo) e
organização mundial de saúde.
Telma iniciou sua trajetória como vereadora mais votada do PT, com 6.249
votos, terceira colocada no geral. Em 1986, elegeu-se deputada estadual por
São Paulo.
Em 1994, elegeu-se pela primeira vez deputada federal, com 138.082 votos, a
sexta mais votada, reeleita em 1998 e 2002, agora com a eleição do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.