O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) tentará evitar que os serviços de saúde de Santos, entre eles as 30 policlínicas, fiquem sem limpeza por causa
de possível greve dos trabalhadores da Prodesan.
Prodesan, ou progresso e desenvolvimento, é a empresa de economia mista controlada pela prefeitura e responsável pela limpeza também do paço
municipal e do novo mercado de peixes da Ponta da Praia.
Seus 1.200 empregados estão em ‘estado de greve’ desde 4 de setembro, decretado em assembleia no sindicato dos trabalhadores na construção civil
(Sintracomos), que representa a categoria.
O TRT marcou audiência de instrução e conciliação para as 15 horas de segunda-feira (21), por meio de videoconferência, quando poderá apresentar
proposta conciliatória.
Com data-base em maio, a categoria está em campanha salarial desde março, quando o sindicato enviou as reivindicações à empresa, depois de aprovadas
em assembleia no mês anterior.
O presidente do Sintracomos, ‘Macaé’ Marcos Braz de Oliveira, diz que, até agora, a Prodesan chamou apenas duas negociações, quando anunciou a
impossibilidade de reajustar os salários.
O sindicalista diz que o presidente da empresa, Antônio Carlos Silva Gonçalves ‘Fifi’, “é insensível em relação aos funcionários que adoecem com
a população na pandemia do coronavírus”.
“Na verdade”, diz Macaé’, “ele não é bem um insensível, mas, isto sim, um arrogante que despreza os trabalhadores. É o tipo de gente que nem bom-dia
dá, quanto mais reajuste salarial”.


Soberbo
neoliberal

O presidente do Sintracomos reclama que, até agora, ‘Fifi’ não mandou por escrito qualquer resposta às reivindicações, limitando-se a dizer,
oralmente, que não pode atendê-las.
“É um sujeito pernóstico que não suporta trabalhador e não gosta sequer da empresa. É daqueles que fazem de tudo para inviabilizá-la e depois
privatizá-la. O típico neoliberal”, pondera o sindicalista.
Macaé diz que, “mesmo sendo ‘Fifi’ um egocêntrico”, espera que ele abra uma negociação séria com o sindicato. “Até agora, tem nos tratado apenas com
soberba”.
A paralisação deverá atingir também o mercado de peixes recém-inaugurado e será deflagrada caso a empresa não concorde em reajustar os salários e
benefícios em 2,46%.
Segundo Macaé, esse é o percentual da inflação acumulada entre maio de 2019 e maio de 2020. “É o mínimo que podemos aceitar”, diz o sindicalista. “Menos
que isso é perversidade”.
O presidente do Sintracomos reclama que já encerrou os acordos coletivos de trabalho deste ano com todos os segmentos empregadores da categoria, como
polo industrial e construção civil.
Ele destaca que, com a Codesavi, similar da Prodesan em São Vicente, fechou em 4,48%, na data-base de fevereiro. “Isso é uma vergonha para Santos”,
finaliza.