da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O percentual de famílias brasileiras endividadas (com dívidas, em atraso ou não) e inadimplentes (com dívidas ou contas em atraso) cresceu em junho deste ano.

Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de endividados em junho deste ano chegou a 67,1%, acima dos 66,5% de maio deste ano e dos 64% de junho do ano passado. Esse é o maior patamar da série, iniciada em 2010.

Já o percentual de inadimplentes chegou a 25,4% em junho deste ano, também acima das proporções de maio deste ano (25,1%) e de junho de 2019 (23,6%).

Em relação às famílias que não terão condições de pagar suas contas, o percentual em junho deste ano chegou a 11,6%, acima dos 10,6% de maio deste ano e dos 9,5% de junho de 2019.

“Apesar do contexto negativo em relação ao mercado de trabalho e à renda, a inflação controlada e a queda da taxa Selic são fatores que podem favorecer o poder de compra dos consumidores. Além disso, as transferências emergenciais do coronavoucher também impactam positivamente a renda e o consumo, especialmente dos itens considerados essenciais”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Para Tadros, nesse momento de incertezas geradas pela pandemia de covid-19, é importante garantir acesso ao crédito a custos mais baixos e do alongamento dos prazos de pagamento das dívidas.

Segundo a CNC, o endividamento cresceu entre as famílias de renda mais baixa enquanto teve queda nas famílias com renda mais alta. Para as famílias com renda até dez salários mínimos, o percentual de endividados cresceu de 67,4% em maio para 68,2% em junho. Já para as que têm renda acima de dez salários mínimos, esse mesmo percentual caiu de 61,3% em maio para 60,7% em junho.