“Os motoristas de ambulâncias e os técnicos de enfermagem não têm famílias?
Caso se contaminem no exercício da profissão, podem levar o novo coronavírus
para suas casas?”.
As perguntas são do presidente do sindicato dos servidores estatutários
municipais de Santos (Sindest), Fábio Marcelo Pimentel, ao questionar a
hospedagem do pessoal da saúde em hotel da cidade.
A prefeitura, em convênio com o governo estadual, alugou o hotel Monte
Serrat, com 90 leitos, para alojar médicos e enfermeiros escalados no plano
de contingência da covid-19.
“Sem desmerecer os médicos e enfermeiros, por que não dar o mesmo tratamento
aos técnicos de enfermagem e motoristas das ambulâncias, se todos fazem
parte da equipe?”, pergunta o sindicalista.
Fábio explica que os técnicos e os motoristas se expõem até mais que os
colegas de nível superior, pois são eles que muitas vezes atendem aos
chamados sozinhos.
A prefeitura adotou o procedimento hoteleiro para resguardar os familiares
dos profissionais de um eventual contágio pelo vírus. O hotel fica na rua
Bittencourt, 130, Vila Nova.
A hospedagem e a alimentação, com café da manhã, almoço, lanche e jantar,
são custeados pela secretaria de saúde de Santos, contemplando os
profissionais em regime de plantão.
Segundo Fábio, vários técnicos de enfermagem e motoristas procuraram o
sindicato para reclamar da discriminação. “Infelizmente, ninguém do governo
quer resolver o problema”.
Ele diz que continuará tentando contato com o prefeito Paulo Alexandre
Barbosa (PSDB) e seus secretários municipais para contemplar a todos. “O
sindicato não desistirá”.