Santos contará com um curso específico de Moda Inclusiva, com atividades teóricas e práticas destinadas a qualquer interessado em conhecer melhor as necessidades de pessoas com deficiência. A confecção de vestuário adaptado começa a ganhar mais espaço ao proporcionar mais conforto e eleva a qualidade de vida e a autoestima não só desse público, mas até mesmo de idosos, obesos ou quem tem mobilidade reduzida.

O curso faz parte do programa Moda Inclusiva, do Governo do Estado, e será realizado em parceria com a Prefeitura. A informação foi divulgada pela secretária de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Célia Leão, que nesta segunda-feira (17) participou da aula aberta de Moda Inclusiva na Vila Criativa da Beleza (Vila Nova). A atividade contou com manequins inclusivos expondo como é possível confeccionar roupas que tornem o dia a dia das pessoas com deficiência cada vez mais fácil. A Cidade foi a segunda a receber a aula aberta este ano, após Ribeirão Preto.

Com 28 horas de duração, o curso contará com dois módulos: Negócios e Criação. Agora, após a aula aberta, Prefeitura e Governo do Estado acertarão detalhes como prazo de inscrições, que são gratuitas, total de vagas e local.

“Moda inclusiva é política pública e o Governo do Estado quer que essas políticas públicas cheguem às pessoas mais simples, que precisam de apoio, não sabem nem como vão sair de casa ou se vestir. Para isso, o apoio de cidades como Santos é essencial. frisou Célia.

Entre os motivos para a definição de que Santos receberá o curso estão as atividades realizadas pela Administração Municipal voltadas às pessoas com deficiência e a existência de vários cursos de Moda na Cidade. O secretário municipal de Desenvolvimento Social, Carlos Mota, citou como exemplos a Escola Adaptada de Surf, inaugurada no dia 2 de janeiro (
https://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/primeira-escola-publica-de-surfe-adaptado-do-mundo-ja-funciona-em-santos) e o programa Praia Acessível (https://www.santos.sp.gov.br/?q=search/node/praia%20acess%C3%ADvel), desenvolvido em parceria com o Governo do Estado. “Após a proposta para a aula aberta, surgiu uma sinergia de esforços até que se chegasse ao dia de hoje”.

 

Práticas, bonitas e funcionais

Ganhando cada vez mais força, o conceito de moda inclusiva tem atraído a atenção de estudantes, consultores, estilistas e até de empreendedores. Para Cristiane Zamari, coordenadora de Defesa da Política para Pessoas com Deficiência de Santos, quem está no nicho da moda pode ampliar seus negócios produzindo peças adaptadas.

“É bom para a sociedade em geral, para que perceba que a diversidade está aí e deve ser respeitada em todos os setores. As pessoas precisam se sentir bem vestindo modelos práticos, bonitos e funcionais e ter direito de escolha no mundo da moda”.

Professora e consultora nos cursos de Moda Inclusiva do Governo do Estado, Andréa Mirón resume bem o novo conceito. “É repensar novas formas de roupa além do design e da estética. Trabalhamos sempre com formas definidas entre o belo e o esteticamente esperado. Mas, hoje, sabemos que as pessoas têm múltiplas formas e necessidades”.

Ela dá exemplos de vestuário que atende esse público. “A abertura de uma calça não precisa ser na frente, ao centro. Pode ser pelas laterais. Posso também fazer um fechamento de blusas pelos ombros. A pessoa precisa ter autonomia, seja ela alta, magra, com gordura, acamada, idosa. Todos podem ser felizes na moda”.

Inclusão desperta interesse

Poder entender melhor o universo e as particularidades de pessoas com deficiência no mundo da moda despertou a atenção do público. Viviane Fernandes, gerente de marketing de um shopping em Santos participou da aula aberta. “A gente não chega a refletir nessa perspectiva. Ao ver as roupas, você percebe que coisas simples como velcro, botões de pressão e zíperes laterais já fazem diferença até para quem não tem deficiência.

Magda Sá, que tem uma loja de semijoias, também se interessou. “Moda, para mim, é algo que pode surgir de qualquer coisa que você tenha em casa. A aula vai me ajudar a entrar nesse contexto da inclusão.


Praia Acessível ganhará novas cadeiras anfíbias

Durante a aula aberta, a secretária Célia Leão anunciou que o Município ganhará novas cadeiras anfíbias para o programa Praia Acessível. Até o final do ano, o Estado deve distribuir cerca de 100 novas unidades que serão adquiridas por meio de Ata de Registro de Preços.

De acordo com Tiago Cabral, coordenador da secretaria estadual, as novas cadeiras são mais modernas, com flutuadores que permitem à pessoa com deficiência avançar no mar e rodas da frente retráteis.

A última entrega de cadeiras anfíbias aos municípios pelo Estado ocorreu em 2014. Atualmente, Santos tem quatro unidades, sendo que duas foram entregues pela Prefeitura em dezembro do ano passado (
https://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/praia-acessivel-ganha-cadeiras-anfibias-modernas-e-passarela-para-acessibilidade-em-santos). A expectativa é de que a Cidade ganhe mais cinco.