Com três assembleias nesta semana e um protesto na semana retrasada, o
sindicato dos trabalhadores na construção civil, montagem e manutenção
industrial (Sintracomos) está em campanha salarial.
Com data-base em maio, os três segmentos envolvidos são os dos trabalhadores
no polo industrial, no setor predial mais as empresas Termaq e TNK, que
operam em serviços urbanos de Praia Grande.
Também estão em campanha salarial os funcionários das empresas de economia
mista Prodesan, Codesavi e Cohab, que tiveram assembleia na segunda semana
de janeiro.
Industrial
A primeira assembleia será nesta quinta-feira (6), às 18 horas, na subsede
de Cubatão, para os operários industriais, na Avenida Joaquim Miguel Couto,
337, Centro.
O setor industrial, focado basicamente em Cubatão, mas operacional em outras
cidades da região, continua em refluxo. Mesmo assim, cerca de 2 mil
trabalhadores estão empregados.
O maior problema, no momento, está nas empreiteiras novas em atividade na
refinaria, que não respeitam os acordos coletivos de trabalho e às vezes nem
a legislação trabalhista.
Predial
A segunda assembleia será na sexta-feira (7), às 17 horas, na sede do
sindicato em Santos, na Rua Júlio Conceição, 102, Vila Mathias. A diretoria
fez tabloide para convocar as assembleias.
Apesar de o setor predial continuar bem desaquecido, o sindicato representa
cerca de 3 mil trabalhadores em atividade. A diretoria conclama que todos
participem da assembleia.
“Sindicalizados ou não, todos devem sugerir reivindicações e orientar o
sindicato sobre as empresas que desrespeitam os direitos da categoria”, diz
seu presidente, Macaé Marcos Braz de Oliveira.
Praia Grande
A terceira assembleia, para os trabalhadores das empresas Termaq e TNK, em
Praia Grande, será na quinta-feira da próxima semana (13), às 18 horas, na
subsede da Rua 31 de Março, 786, Vila Mirim.
Hoje as duas empresas têm cerca de 300 trabalhadores. “Já foram muito mais.
O certo é que mantêm a reconhecida tradição de luta sindical. A assembleia
com certeza será muito boa”, diz Macaé.
‘Sem medo de
lutar e superar’
“Se tem uma coisa que não amedronta a diretoria do sindicato e nem os
trabalhadores são as dificuldades, que sabemos superar com organização e
garra”, diz Macaé.
“O Brasil vive uma crise política, econômica e social?”, pergunta o
sindicalista. “Vive. E daí? Vamos encostar o corpo e esperar a salvação cair
do céu? Não. Vamos lutar, com muita força, pelo que queremos”.
“Temos oficialmente 12 milhões de desempregados, embora esse número seja bem
maior. Temos um ataque covarde do governo e do sistema aos sindicatos e aos
trabalhadores”, reflete Macaé.
“O que fazer diante desse quadro de desalento? Lutar, lutar e lutar,
participando das assembleias da campanha salarial, divulgando-as nas bases,
levando mais e mais companheiros a participarem”, finaliza.
Opinião
Unidade sindical em
protesto na refinaria
No tabloide distribuído desde a semana passada, há uma opinião da diretoria
sobre o protesto dos trabalhadores diretos e terceirizados da refinaria de
Cubatão:
“‘Unidade’. Está aí uma palavra que patrão nenhum gosta. Quando as
administrações das empresas, estatais ou privadas, ouvem falar em ‘unidade
sindical’, sabem que estão diante de um problema.
Em 25 de janeiro, sexta-feira, o nosso Sintracomos participou de um protesto
do Sindipetro nas entradas da refinaria Presidente Bernardes de Cubatão
(RPBC).
O nosso sindicato bateu na tecla das empreiteiras que teimam em desrespeitar
o acordo coletivo de trabalho, além de trazer operários de outras regiões do
país para escravizá-los.
Junto com os petroleiros e metalúrgicos, marcamos presença na luta contra o
sucateamento, fechamento e desnacionalização das refinarias e demais
propriedades da Petrobras.
O protesto foi só o começo. Vem muito mais luta por aí. Será um ano difícil
e uma campanha salarial também difícil. Mas com unidade entre nós e com
outros sindicatos, venceremos.”
GERAL
06/02/2020 07H53