Números de acidentes e afogamentos aumentam nesta época do ano e o Ibape/SP reforça a importância de ações preventivas
Férias escolares são sinônimos de piscinas e clubes lotados. Todo mundo quer aproveitar o tempo livre e as altas temperaturas do verão, mas poucos se atentam às condições dos equipamentos. Como o fluxo de pessoas aumenta nas áreas de lazer nesta época do ano, o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape/SP) alerta sobre a importância de verificar com proprietários, síndicos e responsáveis a conformidade das instalações com as normas vigentes.
Para se ter uma ideia, dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA) divulgados em 2019 e referentes à 2017, o afogamento é a segunda causa de óbito entre crianças de 1 a 4 anos, a terceira entre 5 e 14; e a quarta entre 15 e 19, sendo que 44% dos casos acontecem entre dezembro e março e 52% das mortes na faixa de 1 a 9 anos de idade tem piscinas e residências como cenário. Um outro ponto muito importante é que crianças de 4 a 12 anos que sabem nadar se afogam mais pela sucção da bomba.
A sucção, inclusive, é um dos principais pontos de cuidado em relação às piscinas na visão da engenheira civil Rejane, que faz parte do Ibape/SP. A peça, que integra o sistema de drenagem e tratamento de água do tanque, pode oferecer risco de enlace de cabelos ou aprisionamento de membros do corpo quando fora das especificações técnicas e normas de segurança.
“Recomendamos o uso de tampas antiaprisionamento ou tampas não bloqueáveis, que cubram o dreno de fundo. O Ibape, inclusive, tem uma cartilha específica sobre o assunto, que mostra de maneira bem didática como o equipamento seguro deve ser”, diz. O material é gratuito e o download está disponível em http://www.ibape-sp.org.br.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA PARA CONDOMÍNIOS
- Salva-vidas identificado e trajado (podendo ser professores de natação), devendo ser treinado, credenciado e capacitado em resgate de vítimas, primeiro socorros e respiração artificial. Deve haver cadeira de observação, telefone acessível, boia de salvamento e equipamentos de pronto-atendimento.
- Banheiros e vestiários (podendo ser externos e comuns a banhistas e pessoas de fora da área da piscina); corredor de banho e instalações de pronto-atendimento.
- Dispor de operador de piscina habilitado, treinado em curso para tratamento de água, operação de equipamentos, segurança, manutenção e afins.
- Quando o tanque estiver com uso suspenso (temporária ou definitivamente) deve dispor de lona, capa, redes ou similares, que assegurem a contenção de corpo, impedindo a imersão total no tanque e/ou sensores que informem a presença do corpo estranho na área interna do tanque. Não utilizar esses, quando tanque total ou parcial vazio. Neste caso, isole fisicamente e monitore a área.
- Manter o nível e volume de água dos reservatórios, conforme projeto.
- Não utilizar bronzeadores, já que eles ficam impregnados nas paredes e bordas da piscina e alteram a qualidade da água.
- Verificar e manter o pH da água conforme recomendação do manual, evitando assim o surgimento de algas, fungos e bactérias.
- Manter o adequado tratamento da água, de forma a preservar a qualidade e evitar o desperdício com a troca de água.
- Não utilizar produtos químicos que possam causar manchas no revestimento, no rejuntamento e danificar tubulações e equipamentos. Consulte sempre o manual.
- Orientar os usuários a não jogar resíduos ou partículas que possam danificar ou entupir o sistema de drenagem/filtragem.
“O recomendável é sempre procurar um profissional habilitado para executar uma inspeção predial e apontar as medidas necessárias em cada local do condomínio. E, após essa medida, o gestor condominial precisa estar atento a todos os quesitos citados e realização da manutenção contínua”, finaliza a engenheira Rejane Berezovsky.
Sobre o IBAPE SP: O INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS DE ENGENHARIA DE SÃO PAULO – (IBAPE/SP) – Filiado ao IBAPE – Entidade Federativa Nacional – órgão de classe formado por Engenheiros, Arquitetos e Empresas habilitadas que atuam na área das AVALIAÇÕES, PERÍCIAS DE ENGENHARIA, INSPEÇÕES PREDIAIS E PERÍCIAS AMBIENTAIS no Estado de São Paulo, fundado em 15 de janeiro de 1979. Trata-se de entidade sem fins lucrativos com o objetivo congregar tais profissionais para intercâmbio e difusão de informações e avanços técnicos. Defende, ainda, interesses profissionais e morais dos seus associados e visa o aprimoramento profissional nas áreas afetas, realizando cursos, seminários, workshops, palestras, reuniões técnicas, livros, artigos e normas.