Agentes da Polícia Federal encontraram R$ 865,9 mil em espécie na casa do tio do auditor fiscal Marco Aurélio da Silva Canal, ex-chefe de um setor da Operação Lava Jato na Receita Federal, durante a deflagração da Operação Armadeira, no último dia 2 de outubro.

O dinheiro estava na casa de João Batista da Silva, escondido dentro de embalagens plásticas, atrás de livros, desse montante, R$ 232 mil pertenciam a Canal. Batista relatou à PF que guardava o dinheiro a pedido do sobrinho, que os valores foram entregues nos últimos seis meses, para pagamentos de contas da família do auditor fiscal.

Canal está entre os 134 agentes públicos envolvidos na produção de dossiês elaborados pela Receita Federal sobre autoridades, entre elas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes e seus familiares,


Marco Aurélio Canal é suspeito de integrar um grupo de servidores da Receita Federal que chantageavam e pediam propina para evitar aplicação de sanções tributárias de  investigados da Operação Lava Jato. Canal era supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava Jato, responsável por aplicar as multas por sonegação fiscal de acusados da Lava Jato.Para o Ministério Público Federal a forma como o dinheiro era guardado já demonstra que não era lícito. “Já não fosse improvável que nos dias de hoje qualquer pessoa desejasse manter em guarda tamanho valor em espécie, os recursos estavam acondicionados em embalagens que demonstram claramente que não se tratava de dinheiro devidamente declarado, oriundo das atividades regulares e legais dos negócios dos investigados”. E completou. “Ou seja, segundo o declarante, funcionava com uma espécie de banco para seu sobrinho, levando a crer que guardava cerca de R$ 38 mil por mês para Marco Aurélio Canal apenas para o pagamento de sus contas que seriam levadas pessoalmente por sua esposa para o escritório”.