João Goulart Filho estará em Santos, nesta quarta e quinta-feira (2 e 3),
para receber, em nome de seu pai, o título de cidadão santista que receberia
em 1964.
João Goulart foi deposto da presidência da república em 2 de abril de 1964
pelo golpe militar que perdurou por 21 anos, até 15 de março de 1985, quando
Tancredo Neves foi eleito presidente.
Exilado, Jango, como era conhecido, não pode vir a Santos e a concessão do
título foi revogada. Em 29 de abril deste ano (2019), a câmara municipal
restituiu o título.
Autor do projeto de lei da restauração da homenagem, o vereador Benedito
Furtado de Andrade (PSB) entregará o título ao filho do presidente deposto,
na quarta-feira da semana que vem (2).
A sessão solene será às 19 horas, após João Goulart Filho conceder
entrevista à TV Tribuna, às 12 horas, à Rádio Atual, às 15 horas, e coletiva
à imprensa, às 17 horas.
No dia seguinte, quinta-feira (3), às 9 horas, ele participará de
inauguração de exposição fotográfica no sindicato dos operários portuários
(Sintraport), visitado por seu pai em 1962.
Ainda no sindicato, às 10 horas, João Goulart Filho participará de debate
sobre democracia e conjuntura nacional. Às 12 horas, haverá homenagem a
Getúlio Vargas, na Praça dos Andradas.
Recuperação
da história
O presidente do sindicato, Claudiomiro Machado ‘Miro’, convida todo o
movimento sindical da região para o evento. Para ele, trata-se de “um
momento de recuperação histórica de elevada importância”.
O coordenador da associação de aposentados do Sintraport, Luiz Augusto de
Almeida Filho, lembra que o título de cidadão santista a Jango foi concedido
por iniciativa do vereador José Gonçalves (PTB).
José Gonçalves havia sido presidente do sindicato por dez anos e foi amigo
de Jango e do ex-presidente Getúlio Vargas. Sempre foi um vereador de
expressiva votação.
Gonçalves recepcionou João Goulart no então chamado ‘sindicatão’, em 13 de
maio de 1962, com o presidente da entidade, Manoel de Almeida.
Para Miro, “será uma honra receber o filho de um dos mais importantes
presidentes que o Brasil já teve, infelizmente deposto por um golpe contra
os trabalhadores e seus sindicatos”.
