Uma pessoa que comete suicídio geralmente possui histórico de algum transtorno psiquiátrico (depressão e ansiedade, por exemplo). Para alertar a população e também promover o bem-estar entre os pacientes já atendidos, a Coordenadoria de Saúde Mental, da Secretaria de Saúde de Santos, preparou uma série de atividades alusivas à campanha Setembro Amarelo.

A programação inicia nesta terça (10) com o Inter-Caps Esportes, torneios de pebolim, pingue-pongue, futebol e outras modalidades com o objetivo de promover bem-estar, integração e cooperação entre os usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), da Prefeitura. É o que os profissionais de saúde chamam de “produção de vida”: atividades que tragam satisfação, alegria e, dessa forma, afugentem pensamentos negativos e o desânimo para a vida.

As atividades seguem até o dia 30 nas unidades voltadas tanto ao público infantojuvenil quanto ao adulto e também para aquelas que atuam com usuários de álcool e outras drogas.

 

INAUGURAÇÃO

No dia 24, às 10h, haverá a inauguração do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi) #tamojunto (Av. Pinheiro Machado, 769) e o lançamento do Projeto Saúde Mental na Praia.

O Capsi #tamojunto reúne em um mesmo imóvel o Capsi da Zona da Orla/Intermediária (que está atualmente na Avenida Bernardino de Campos, 617) e o Capsi da Região Central Histórica (que funciona na Rua Almeida de Morais, 614). O novo imóvel é mais amplo, com dois andares, cinco salas de atendimento, amplo quintal para atividades e sala para atividades conjuntas.

“Fizemos uma reorganização territorial, para equilibrar a quantidade de atendimentos em todos os Caps infantis da cidade, que incluem o da Zona Noroeste e o Caps Álcool e Drogas Infantojuvenil #tôligado, não havendo perda para nenhum usuário. Atualmente, os Caps infantis juntos têm uma média de 800 a 1.000 prontuários ativos”, explica Paulo Muniz, coordenador de Saúde Mental.

Já o Saúde Mental na Praia oferecerá aos pacientes atendidos pelos Caps e pela Seção de Reabilitação Psicossocial mais um tipo de terapia ocupacional. Foram adquiridos equipamentos para a prática de stand up paddle e canoagem. O ambiente praiano também será o cenário para rodas de conversa.

As atividades serão oferecidas de acordo com o projeto terapêutico singular, documento que direciona as atividades a serem desenvolvidas pelo paciente, considerando sua necessidade e habilidade para as práticas.

PALESTRAS

A psicóloga Gisela Monteiro apresenta a palestra ‘Espaço para Diálogo em Família’ no dia 17, às 16h30, na UME Colégio Santista (Rua Sete de Setembro, 34, Vila Nova). O evento é aberto a qualquer interessado e tratará da importância de haver espaços para dialogar e como isso se reflete em defesa da vida.

A ex-judoca Danielle Zangrando, que conquistou medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2007 e mora em Santos, baterá um papo com o público no dia 25, às 16h30, também na UME Colégio Santista, com o tema “Prevenção ao Suicídio: produção de vida através do Esporte”. Ela compartilhará as conquistas no tatame, que exigiram responsabilidade, resiliência e disciplina. Além disso, o esporte será mostrado como uma oportunidade de busca pelo autoconhecimento e de melhora da condição física e mental.

 

Abraçaço e escutaço

Quem estiver passando pela Praça Mauá (Centro) no dia 24, das 11h30 às 13h, terá a oportunidade de, em um tempinho no intervalo do almoço, ser acolhido no Abraçaço e Escutaço. Serão oferecidos abraços, considerados remédios contra a depressão, e algumas pessoas estarão identificadas com placas e a postos para ouvir quem quer que seja – não será feito nenhum tipo de terapia.

A mesma ação será realizada no dia 28, das 10h às 12h, no bulevar da Othon Feliciano, no Gonzaga. “Espaços de afeto e de escuta são importantes para podermos cuidar um do outro”, destaca Paulo Muniz.

 

ANIVERSÁRIO

Os 30 anos do primeiro Caps com atendimento 24 horas no Brasil, localizado na Zona Noroeste, será comemorado no dia 26, às 14h, na unidade atual do serviço (Rua Bulcão Viana, 853). O lançamento do serviço foi um marco na saúde mental em todo País, pois ocorreu poucos meses após a interdição municipal da Casa de Saúde Anchieta, hospital psiquiátrico particular que funcionava em Santos e denunciado por maus tratos.  

O então Núcleo de Atenção Psicossocial (Naps) foi a primeira unidade da rede substitutiva ao hospital psiquiátrico e representou o início de uma nova forma de assistência aos portadores de transtornos mentais, com práticas totalmente diferentes das praticadas nos manicômios.