Setembro Verde é uma campanha realizada neste mês para sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. Em Santos, haverá uma programação especial com palestras e uma caminhada na orla.

 

Santos Portal preparou uma lista de dúvidas que pretende ajudar a esclarecer o assunto e contribuir para que mais pessoas possam ser beneficiadas com transplantes.

 

De acordo com o último levantamento da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em março deste ano havia 33.984 pacientes na lista de espera para receber órgãos e tecidos no Brasil - 15.701 apenas no estado de São Paulo.

 

1 - Geralmente, o processo de doação começa a partir da morte encefálica. Mas oque é morte encefálica?

A morte encefálica ocorre quando todas as funções do cérebro param de forma irreversível, isto é, ficam irrecuperáveis. A confirmação é feita a partir de duas avaliações clínicas realizadas por dois médicos que não fazem parte da equipe de captação e transplante de órgãos. Também é feito um exame complementar, conforme prevê o Conselho Federal de Medicina.

 

2 - Como é feita a informação para a família?

A notícia da morte encefálica é feita por um médico. Em seguida, a equipe de captação atende a família e oferece a possibilidade da doação de órgãos e tecidos.

 

3 - Como a equipe de captação pode auxiliar?

A doação é, muitas vezes, encarada como uma forma de amenizar a perda. A família que se sente acolhida pela equipe tem mais chances de aceitar a doação de órgãos.

 

4 - O que ocorre após a autorização da família?

Depois da aceitação, o paciente é mantido na UTI ou emergência até a cirurgia de captação, para manter a integridade dos órgãos e tecidos.

 

5 - Onde é feita a cirurgia para retirada dos órgãos e tecidos?

Em Santos, é feita na Santa Casa.

 

6 - O paciente poderá ser velado?

As cirurgias para retirada dos órgãos não causam nenhuma deformação e o corpo poderá ser velado normalmente.

 

7 - O que acontece com os órgãos?

Os órgãos são avaliados e examinados por uma organização ligada à Escola Paulista de Medicina (Unifesp). Em seguida, a Central Estadual de Transplantes fica responsável por oferecer os órgãos para as equipes transplantadoras e pela busca do receptor compatível.

 

8 - Quem pode doar?

Geralmente, o órgão doado é captado de pessoa identificada com morte encefálica, causada principalmente por acidente vascular cerebral (AVC) ou traumatismo craniano. Por outro lado, pessoas com infecções causadas por fungos e vírus, câncer e HIV estão impedidas de doar, bem como pessoas que morreram sem identificação.

 

9 - É obrigatório ter morte encefálica para doar?

Nem sempre. A doação de córneas, pele, ossos e vasos não exige a constatação da morte encefálica. É possível doar tecidos até 6 horas após a parada cardíaca, desde que a causa da morte seja conhecida.

 

10 - Pessoas vivas também podem doar?

Pessoas vivas podem fornecer um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Esse direito é reservado a cônjuges e a parentes de até o quarto grau. Não parentes podem doar apenas com autorização judicial.

 

11 – Qual o tempo de preservação dos órgãos?

Cada órgão tem um tempo de preservação, desde o momento em que é retirado do doador até o transplante.

- Coração: 4 horas

- Pulmão: 4 a 6 horas

- Rim: 48 horas

- Fígado: 12 horas

- Pâncreas: 12 horas

 

Já os tecidos (pele, osso, cartilagem, tendão, córneas, entre outros) podem ser enviados para bancos especializados em sua conservação.

 

12 - É preciso registrar a vontade de ser doador?

A orientação é que a pessoa que deseja doar seus órgãos avise a sua família, pois, pela legislação brasileira, a doação de órgãos no País só pode ser feita após autorização da família do doador.

 

13 - Existe algum custo para os procedimentos?

Este é um sistema financiado inteiramente pelo Sistema Único de Saúde.

 

14 - Quantas vidas é possível salvar com apenas um doador?

Não há um número exato, mas geralmente, mais de um órgão (ou tecido) é captado de um único doador.

 

15 – É possível escolher quem receberá o órgão?

Apenas na doação feita em vida, quando o transplante é feito a partir da necessidade de algum parente. Na doação após a morte, o receptor será sempre o próximo da lista única de espera de cada órgão ou tecido, dentro da área de abrangência da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos de onde foi realizada a captação.