Assistência social espera maior apoio das empresas

 
A conquista de uma vaga no mercado de trabalho se tornou um ritual de passagem para os adolescentes urbanos. Já não bastam cursos profissionalizantes aliados à educação formal. E para quem infringiu a lei e hoje cumpre medida socioeducativa, são ainda mais raras as portas que se abrem para oferecer um novo caminho. Somente em Cubatão, 42 jovens de até 21 anos, que cometeram atos infracionais antes da maioridade, buscam reverter uma trajetória muitas vezes marcada pelo submundo do tráfico.

"A discriminação ocorre em todos os locais. Até mesmo nas escolas", afirmou a orientadora de medida socioeducativa e assistente social, Patrícia Oliveira da Silva, que atua no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), por intermédio da Agência Adventista de Recursos Assistenciais (Adra).

"Trabalhamos justamente para mudar essa situação", disse Patricia Silva, frisando que espera quebrar a resistência dos empresários e comerciantes no sentido de acolher esse menor que precisa de apoio da sociedade.

Patrícia Silva, que atua em parceria com a assistente social Carina Lopes Morais, detalhou que os menores sob liberdade assistida devem apresentar regularmente relatório das escolas onde estão matriculados. "Cobramos assiduidade e notas". Também ocorrem visitas domiciliares e, quando preciso, os familiares são encaminhados a psicólogos".

Alguns jovens prestam trabalho comunitário em duas jornadas semanais de quatro horas cada uma. "Há ainda os que estão matriculados em cursos profissionalizantes oferecidos pelo Senai e pelo Senac", destacou Patrícia, acrescentando que os adolescentes recebem orientação contínua para que não continuem no caminho que engrossa as estatísticas de mortes entre jovens. "Mas, para que isso ocorra, precisam também ingressar no mercado de trabalho".