Organização destinou R$ 1,36 bilhão para mais de 23 mil projetos em 2023; Fundação já colaborou para formulação de 71 projetos nas áreas de Saúde, Direitos Humanos e Inclusão, Sustentabilidade, Ambiente e Cidades Gabriel Sanches - Fotos: Marco A. Cardelino
O encontro, presidido pelo deputado Mauro Bragato (PSDB), teve o objetivo de ouvir a prestação de contas sobre o andamento da gestão e o desenvolvimento de ações, programas e metas da instituição de fomento à pesquisa. Em sua apresentação, Zago destacou o papel essencial da Fapesp no desenvolvimento científico e econômico do estado. "São Paulo não tem a Fapesp porque ele é rico, ele é rico porque tem a Fapesp", afirmou ele, ressaltando o impacto econômico e social dos investimentos em ciência e tecnologia. Em 2023, a Fapesp investiu R$ 1,36 bilhão no financiamento de cerca de 23 mil projetos. Desse total, 54,7% dos recursos foram direcionados para pesquisas de avanço do conhecimento; 18,8% para a formação de recursos humanos; e 9% voltados para inovações tecnológicas. O impacto desses investimentos pode ser visto, por exemplo, na pesquisa agropecuária: para cada real investido, o retorno estimado é de R$ 12. Além disso, empresas de pequeno porte apoiadas pela fundação apresentaram um aumento médio de 22% no faturamento. Conhecimento aplicado Ainda de acordo com os dados apresentados pelo presidente da Fundação, ao longo dos anos, a Fapesp tem colaborado na formulação de políticas públicas. Até agora, 71 projetos com impacto direto nas áreas de Saúde, Direitos Humanos e Inclusão, Sustentabilidade, Ambiente e Cidades foram viabilizados com o apoio da fundação. Entre os programas de destaque está o Biota, que já resultou em sete decretos de proteção ambiental no estado, a criação de um parque estadual e o programa Finaclima, voltado à proteção da biodiversidade. Outro exemplo é a pesquisa sobre o uso de células CAR-T no tratamento de câncer, desenvolvida com apoio da Fapesp para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil - uma alternativa de baixo custo, considerando que nos Estados Unidos o mesmo tratamento pode ultrapassar US$ 1 milhão. Bolsas Após a apresentação, Marco Antonio Zago respondeu a questionamentos feitos pelos parlamentares da Alesp. A deputada Professora Bebel (PT) indagou presidente sobre o valor das bolsas oferecidas pela Fapesp. Zago explicou que profissionais qualificados deixam seus países de origem para buscar melhores oportunidades de emprego e renda. Segundo o professor, "o pesquisador só vai se dedicar à pesquisa tendo recursos para se sustentar sem um emprego complementar". Ele citou a Itália como exemplo de país que, por ter uma das menores taxas de natalidade na Europa, tem oferecido boas oportunidades para jovens com boa qualificação. "Nós temos que pagar mais. Se não, os outros pagam e levam embora", defendeu Zago. "É uma competição internacional", acrescentou. Participaram da reunião os parlamentares Bruno Zambelli (PL), Beth Sahão (PT), Marina Helou (Rede), Mauro Bragato (PSDB), Professora Bebel (PT) e Rogério Santos (MDB). |
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31/10/2024 08H59