Meio-dia é o novo horário de pico da região metropolitana de São Paulo
Publicado em 03/07/2019 - 11:50
Por Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil São Paulo
Pesquisa Origem Destino (OD) 2017, apresentada hoje (3) pelo Metrô de São Paulo, mostrou que o horário do meio-dia passou a ser o mais movimentado na região metropolitana de São Paulo, ao chegar aos 5,2 milhões de viagens diárias. Esse número, que é 30% maior do que registrado em 2007 considera as viagens motorizadas ou não, ultrapassa os picos da manhã (4,5 milhões) e da tarde (4 milhões). As viagens motorizadas são aquelas feitas por metrô, trem, ônibus, automóveis e motocicletas, sendo as não motorizadas realizadas por bicicleta ou a pé.
A pesquisa destaca a redução de 10% do tempo médio de viagem das pessoas nos transportes coletivos na região. A média atual fica em 60 minutos, contra 67 minutos em 2007. De forma geral, o tempo médio das viagens em todos os modos caiu 14%: de 39 para 34 minutos, entre 2007 e 2017.
A maior queda ocorreu nos modos não motorizados (bicicleta ou a pé), cujo tempo médio caiu 24%, passando de 17 para 13 minutos. Nas viagens motorizadas houve aumento das viagens por transporte sobre trilhos (metrô e trem). “A taxa de crescimento de 53% neste sistema está relacionada aos altos investimentos na ampliação da rede de metrô, que cresceu 46% (28,4 km) entre 2007 e 2017, saindo de 61,4 para 89,8 km de extensão, e também na melhoria da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos,” diz o Metrô.
Segundo os dados, o deslocamento feito pelas mulheres por meio do transporte público cresceu 10%, ficando maior do que o índice dos homens que teve queda de 3% no período de dez anos.
As viagens de táxi tiveram crescimento de 414%, reflexo da entrada em operação dos serviços demandados por aplicativos, que são 79% do total de viagens desse modo. O automóvel continua liderando com 11,3 milhões de viagens por dia.
A Pesquisa OD é o maior levantamento de mobilidade urbana realizado no Brasil. Os dados são apurados a cada 10 anos pelo Metrô. “A partir dos resultados, é possível entender a mobilidade e a forma como as pessoas se deslocam na Região Metropolitana de São Paulo. Isso possibilita o mapeamento dos deslocamentos e das atividades econômicas da Grande São Paulo para o planejamento do transporte público”.
Na edição de 2017, foram 11 meses de trabalho para a coleta das informações com a participação de aproximadamente 160 mil pessoas nas 39 cidades que formam a Região Metropolitana de São Paulo. As entrevistas foram feitas em residências, rodovias, aeroportos e terminais rodoviários.