Nesta terça-feira (4), mais de 100 alunos do Ensino Fundamental II do EMEF Lions Clube receberam certificado de formação
“Eu aprendi que a gente tem que pensar bastante no Mundo e em tudo o que tem nele. Porque muitas vezes nós mesmos, sem querer, acabamos afetando negativamente o meio ambiente e isso nos prejudica muito”. A declaração é de Dario de Magalhães, 11 anos, que foi escolhido pelos monitores do projeto Agente Ambiental Mirim para representar sua escola, EMEF Lions Clube (Vila São Jorge), na cerimônia de formação dos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental II.
Em 2019, o colégio de Dario foi o primeiro a concluir o ciclo. Nesta terça-feira (4), cerca de 120 alunos receberam o certificado de formação no Parque Ecológico Engenheiro Tércio Garcia (Avenida Dona Anita Costa, s/n - Vila Voturuá).
Desde 2012, mais de 5 mil crianças de escolas públicas do Município já foram capacitadas por meio da iniciativa desenvolvida pela Secretaria de Meio Ambiente e Defesa Animal (Semam) em parceria da Secretaria da Educação (Seduc) por meio da Prefeitura de São Vicente. A EMEF Raul Rocha do Amaral (Ponte Nova) será a próxima a ter agentes ambientais mirins formados no segundo semestre deste ano.
“Minha visão mudou depois do curso. Agora, em todo lugar que vou, eu penso: Como posso mudar isso? Como posso ajudar? Se vejo um lixo no chão, pego e jogo na lixeira”, complementa o representante dos alunos, que considera importante que esse cuidado exista para que sua geração, assim como as futuras, possa viver em um mundo melhor.
Em dois meses de curso, composto por oito aulas, os agentes ambientais mirins aprenderam muito com atividades práticas e teóricas. “Nós trabalhamos com atividades bem lúdicas com os alunos. Conseguimos interagir bem porque os tiramos da rotina”, afirma o educador Marcio Batista, 47 anos, que atua no projeto por meio da Semam.
“Eles aprendem muito sobre a parte ambiental. Falamos sobre arborização e de como fazer o plantio correto dessa vegetação. Também explicamos o que é a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), a ETA (Estação de Tratamento da Água), o ciclo da água, a teia alimentar, o ciclo da vida... As turmas sempre ficam encantadas com tudo isso”, complementa.
Além disso, também são feitas atividades externas. “Para que eles comecem a ter um olhar crítico do que está errado próximo à comunidade deles, nós fazemos atividades caminhando no entorno da escola”. O monitor Marcio ressalta que, a partir disso, os agentes mirins assumem a responsabilidade da questão e passam a cobrar, inclusive, a própria escola para que medidas ambientais, como a separação correta de lixo, ocorram.
“A meta até o final do ano é formar mais educadores para atuarem como monitores do projeto Agente Ambiental Mirim. Assim, conseguiremos formar mais salas e levar esse projeto a cada vez mais jovens”, diz o secretário de Meio Ambiente e Defesa Animal, Gustavo Palmieri.
Para o secretário, que também atua como monitor nas escolas para a formação dos agentes ambientais, o projeto é muito importante para a conscientização ambiental. “O curso é uma ferramenta para que as crianças sejam disseminadoras de coisas boas para o Meio Ambiente. A gente as educa para que elas ensinem seus pais, familiares e amigos como que eles têm que cuidar do meio ambiente”.
Futuro – O evento, que integrou a Semana do Meio Ambiente de São Vicente, teve como encerramento o plantio de uma muda de Pau-Brasil no próprio Parque Ecológico. Após o cultivo feito pela professora Lucia França, houve o juramento de preservar, conforme a lei federal 6.607/1978, a árvore que deu nome ao País.
Dona Lucia, que prestigiou a formatura dos agentes mirins, ressaltou a importância do projeto. “Nosso planeta está pedindo socorro, sabemos disso, e não usamos a sabedoria que temos em prol dele. Eu acredito, muito, que só há uma maneira de mudar o pensamento e a postura das pessoas: através da educação e das crianças”.