As centrais sindicais celebraram nesta quarta-feira (1º), pela primeira vez, um Dia do Trabalho “unificado” não pelos propósitos, mas pela pindaíba provocada pelo fim do dinheiro fácil do imposto sindical para tomar dinheiro dos trabalhadores. O imposto foi extinto pela reforma trabalhista de 2017.

O ato “unificado” não poderia dar certo, e não deu: a cada liderança que discursava, militantes de outras centrais sindicais o vaiavam. Exagerados, or organizadores garantem que 200 mil pessoas teriam participado do evento no Vale doAnhangabaú, em São Paulo. Na placa “unificada”, uma frase que é uma inverdade: “Contra o fim da aposentadoria”, algo que jamais foi cogitado.

À exceção da UGT, que busca aproximação com o governo Jair Bolsonaro, as centrais tentam provocar uma “greve geral” para 14 de junho, em protesto contra a reforma da Previdência. O ministro da Economia, Paulo Guedes, receberá dirigentes da UGT no dia 23 de maio para discutir a pauta da central para a reforma.

As centrais estão muito irritados também com a medida provisória 873, do presidente Bolsonaro, que acabou com manobras malandras, com ajuda da Justiça do Trabalho, para driblar o fim da obrigatoriedade do imposto sindical.

A MP piorou a situação da pelegada ao determinar que o pagamento da contribuição só poderia ser feito após autorização por escrito do trabalhador, de próprio punho, e por meio de boletos, e não mais automaticamente.

“A luta dos trabalhadores sempre foi feita sem dinheiro”, mentiu em discurso um dirigente da CUT, que perdeu 85% do que arrecadava.