Os cerca de 300 trabalhadores rodoviários da Santos Brasil Logística
aguardam nova proposta da empresa para renovação do acordo coletivo na
data-base de março.
Em recente assembleia, eles recusaram a primeira resposta patronal, no
sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários de Santos e região,
que enviou contraproposta à empresa.
Nessa assembleia, em 12 de abril, o presidente do sindicato, Valdir de Souza
Pestana, criticou duramente as reformas trabalhistas feitas pelos governos
de Michel Temer (PMDB) e Jair Bolsonaro (PSL).
“A nova legislação virou-se contra os trabalhadores”, disse o sindicalista
na reunião. “Isso exige, do sindicato e dos assalariados, muita estratégia
nas campanhas salariais”.
Mesmo cauteloso, no entanto, Pestana, que também preside a federação dos
rodoviários do estado de São Paulo, orientou pela recusa da proposta e
elaboração de outra pelos trabalhadores.
Reformas
são nefastas
O vice-presidente do sindicato, José Alberto Torres Simões ‘Betinho’, que
presidiu a mesa, orientou a categoria a manter-se organizada e mobilizada na
campanha salarial.
“Contra os efeitos das nefastas reformas trabalhistas ultraliberais, de
concentração de renda, só uma atitude firme dos trabalhadores pode
amenizá-los. E o sindicato é fundamental para isso”, disse Betinho.
Unidade
sem desestímulo
O secretário-geral do sindicato, Eronaldo José de Oliveira ‘Ferrugem’, que
anotou as deliberações da assembleia e encaminhou-as à empresa, também fez
considerações sobre a conjuntura.
“Nossa base é organizada em diferentes empresas, de transporte de carga e de
passageiros, todas unidas neste momento difícil para os trabalhadores do
país inteiro”, disse o sindicalista.
‘Ferrugem’ aguarda a resposta da Santos Brasil, que possui terminais no
bairro Alemôa, em Santos, e em Vicente de Carvalho, no Guarujá, para
convocar nova assembleia.
“As dificuldades encontradas nas negociações não podem desestimular nossa
luta por melhores salários e condições de trabalho”, disse o secretário. “Ao
contrário, devem nos fortalecer”.
Proposta e
contraproposta
A assembleia recusou o reajuste salarial de 2,76% estendido às demais
cláusulas econômicas do acordo. E contrapropôs 5%, além da garantia da
data-base em março.
A nova contraproposta sindical também estabelece a equiparação dos salários
dos conferentes e adicional de periculosidade para os auxiliares de
operação.
Os rodoviários da empresa de logística querem ainda a manutenção das
condições anteriores de custeio do plano de saúde e rediscussão das metas no
programa de participação nos resultados (ppr).
Outra reivindicação é a prioridade de preenchimento de vagas no terminal de
contêineres (tecon) do grupo empresarial pelos trabalhadores da logística.
Os motoristas ‘ctl’ da logística querem também se manter em sua escala
própria, e não serem reaproveitados na escala dos rodoviários, que é
diferenciada.
A proposta da empresa recusada previa manutenção das horas suplementares
remuneradas e correção nos critérios de custeio do plano de saúde, além de
sistema alternativo de controle da jornada de trabalho.
GUARUJÁ
25/04/2019 20H56