O presidente Bolsonaro enviou ao Congresso a Medida Provisória 877, que autoriza compra de passagens diretamente às companhias aéreas, e com cartões corporativos, exatamente como o lobby das empresas conseguiu dos governos Dilma e Temer. A MP garante o céu às empresas aéreas, que se tornam os únicos fornecedores do governo federal a serem pagos à vista. Além disso, dispensou-as da retenção na fonte de impostos que incidem sobre as passagens. O lobby das aéreas obteve em 2014 a primeira MP, no governo Dilma, renovada por Michel Temer em 2017. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

A MP de Bolsonaro ainda dá às empresas aéreas uma colher de chá adicional às MPs: não tem prazo para acabar.

O governo se transformou no maior cliente das empresas aéreas, em prejuízo do cidadão, explica a empresária Ana Merheb, do setor de agências de turismo.

Até o momento, o volume pago pelo governo federal às empresas aéreas através de cartões corporativos soma R$1,3 bilhão.

Segundo a área de Planejamento, a compra direta representaria uma suposta economia de R$13 milhões,que não se confirma: afinal, o governo paga “preço cheio”, sem descontos e nem promoções. E os impostos não-retidos garantem R$50 milhões no caixa das empresas aéreas.