Prevendo que 2019 será um ano difícil para funcionalismo público e para o
sindicalismo brasileiro, três sindicatos de servidores municipais da baixada
santista se articulam para resistir.
São os sindicatos dos estatutários de Santos (Sindest), Guarujá (Sindserv) e
Praia Grande, que têm data-base de campanha salarial no primeiro semestre.
O principal receio de suas direções, que planejam se reunir com os demais do
litoral e região em janeiro, é com os anúncios do governo federal eleito
para o setor.
Apesar de Jair Bolsonaro (PSL) e seu futuro ministro da fazenda, Paulo
Guedes, falarem em relação ao funcionalismo federal, os sindicalistas temem
que as propostas se alastrem por estados e municípios.
Luta contra o
‘estado mínimo’
Para seus presidentes, Fábio Marcelo Pimentel, Márcia Rute Daniel Augusto e
Adriano Roberto Lopes da Silva, os prefeitos de suas cidades têm perfil
administrativo parecido com o de Bolsonaro.
Segundo eles, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-Santos), Valter Suman (PSB
Guarujá) e Alberto Mourão (PSDB Praia Grande) adotam políticas públicas
baseadas na tese do ‘estado mínimo’.
Fábio, Márcia e Adriano citam as terceirizações nos serviços das
prefeituras, principalmente nas áreas da saúde, obras e educação para
justificar seus raciocínios.
Eles ponderam que o governador eleito de São Paulo, João Dória (PSDB),
defende as mesmas medidas ultraliberais. Por isso, pretendem se articular
também com os servidores estaduais.
Na saúde, é
‘coisa de louco’
“O que o prefeito de Santos faz com a saúde pública é coisa de louco”, diz
Fábio Pimentel. Segundo ele, o serviço vem sendo gradativamente terceirizado
e piorado.
“Essa conversa de ‘estado mínimo’ é boa para os ricos e para a maioria dos
políticos”, diz o sindicalista. “Para o povo e o funcionalismo, só
degradação, retrocesso e revogação de direitos”.
Organização é
uma necessidade
Márcia Rute, que há 15 dias assumiu a vice-presidência na baixada santista
da federação dos servidores públicos municipais do estado de São Paulo
(Fesspmesp), “a organização é uma necessidade”.
“Os problemas são os mesmos na região e no restante do país, onde impera a
ideia de que o esvaziamento do estado é uma necessidade. Uma coisa é certa:
não é uma necessidade para o povo nem para o servidor”.
Preparar-se
para eventualidades
Para Adriano, “antes mesmo de tomar posse, o presidente da república eleito
e sua equipe econômica já anunciam perdas terríveis para os servidores
federais nas relações de trabalho”.
“Em Praia Grande e outras cidades da região, os sindicatos já sentem a
preocupação das bases com o problema. Dialogamos bem com a prefeitura, mas
estamos com os coirmãos para possíveis eventualidades”.
Ampliar para
outras categorias
O presidente eleito do Sindserv Guarujá, Zoel Garcia Siqueira, atual diretor
de finanças, com posse marcada para o final de janeiro, defende que a
mobilização seja ampliada.
“Vamos nos articular como servidores, naturalmente, mas também com as
representações de outras categorias, pois a corda promete rebentar do lado
de todos os trabalhadores”, diz Zoel.
Sindicato dos Servidores Estatutários Municipais de Santos (Sindest, filiado
à Fupesp e NCST).
Rua Monsenhor de Paula Rodrigues, 73, Vila Mathias, Santos, 13-3202-0880.
Presidente: Fábio Marcelo Pimentel. Diretor de imprensa: Rogério Catarino.
Sindicato dos Funcionários Públicos da Prefeitura Municipal de Guarujá
Sindserv, filiado à central Força Sindical.
Rua Manoel Hipólito do Rego, 84, Boa Esperança, Guarujá, (13) 3383-1014 e
3383-1122.
Presidenta: Márcia Rute Daniel Augusto. Secretário-geral: Edler Antônio da
Silva.
GUARUJÁ
26/12/2018 10H56