A estrutura do viaduto Rubens Paiva, que corta a via Anchieta, na altura da cidade de Cubatão (SP), está servindo como moradia para famílias que não têm para onde ir. Na manhã desta quinta-feira (22), a equipe do G1 constatou que a obra tem uma grande rachadura e, apesar de não ter risco iminente de cair, acende um alerta sobre a segurança desses moradores e motoristas que passam pelo local.

Segundo apurado pela reportagem, o acesso do bairro Jardim Casqueiro à região central de Cubatão pelo viaduto Rubens Paiva foi liberado para o tráfego de veículos em 2016 e, na última segunda-feira (19), Engenheiros da Prefeitura de Cubatão e técnicos do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), responsável pelo viaduto, fizeram uma vistoria na obra após dezenas de reclamações e denúncias dos moradores.

Deslocamento deu-se, possivelmente,  pela intensa movimentação de veículos de carga no trecho — Foto: Solange Freitas/G1 Deslocamento deu-se, possivelmente,  pela intensa movimentação de veículos de carga no trecho — Foto: Solange Freitas/G1

De acordo com o laudo, que foi obtido pelo G1, os técnicos acabaram constatando, durante a vistoria, que ocorreu o deslocamento da cabeceira de um módulo localizado na entrada ou acesso ao viaduto, havendo uma abertura de 11 centímetos na junta da dilatação do lado direito causada, possivelmente, pelo tráfego intenso de veículos pesados no trecho.

 

Apesar da rachadura, o laudo garante que a estrutura não corre risco de cair imediatamente. "Apesar da abertura bastante visível, observamos que o módulo encontra-se ancorado no módulo inferior, não observando na parte inferior do viaduto a existência de trincas na estrutura. O console onde este módulo se apoia tem a dimensão de 35 centímetros e a cabeceira encontra-se apoiada em cerca de 70% do console, devido ao deslocamento de 0,49°, o que nos deixa seguros de não termos, neste momento, risco de queda desta parte, portanto, não existindo riscos iminentes que justifiquem, neste momento, a interdição do viaduto", consta a conclusão do documento.

De acordo com o laudo, o risco não é iminente, mas os órgãos não garantem que não haja risco de parte do viaduto ceder por conta da rachadura a médio/longo prazo. Por isso, nas recomendações consta que é estritamente necessário que este local receba um monitoramento constante e, o mais importante, que sejam adotadas medidas que visem sanar de forma definitiva o problema ora observado, garantindo a segurança dos usuários da via. Embaixo da estrutura, moradores de rua se abrigam em 'barracos' improvisados e motoristas trafegam diariamente pelo local.

 

Em nota, o DER informou que entrou em contato com a empresa responsável pela construção do viaduto para fazer uma nova avaliação técnica conjunta no local, o que deverá apontar as ações necessárias para a correção da junta de dilatção. "Cabe esclarecer que o DER mantém o constante monitoramento do viaduto para garantir a segurança dos usuários", finaliza.

 

Paralelo a isso, estuda-se a possibilidade do viaduto passar a ser de responsabilidade da Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), que faria as adequações necessárias em troca do aditamento do contrato. Por Agência Brasil

 

 

 

 

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