O presidente da Câmara, Arthur Lira, já dava sinais de impaciência no final da tarde desta terça (2) quando afirmou a esta coluna que se o projeto das fake news, que a oposição chama de Projeto da Censura, não conseguir os votos necessários para aprovação até esta quarta (3), ele não irá mais incluir a proposta na pauta enquanto ele for presidente. Lira estava desapontado com partidos condicionaram apoio à exclusão de pontos polêmicos, mas, mesmo atendidos, não garantiram seus votos.
Cenoura na vara
Lira contou que opositores como PL e bancada evangélica impuseram condições que foram atendidas, mas não honram a promessa de apoio.
Jogada esperta
O experiente presidente da Câmara concluiu que a jogada desses políticos seria cantar vitória seja qual for o resultado da votação.
Ganha-ganha
No caso de rejeição, a oposição cantaria vitória, assim como no caso de aprovação, por haver conseguido “desidratar” o texto original.
Censura calou fundo
Lira admitiu que “colou” a interpretação de que o objetivo do projeto é impor censura nas redes sociais, o que fez deputados retirarem apoio.
CEO renuncia, mas mantém elo com Americanas
O ex-diretor executivo das Americanas José Timotheo de Barros, cuja renúncia foi divulgada com estardalhaço nesta segunda-feira (1), ainda mantém laços muito próximos à empresa cambaleante, vítima de fraude que supera os R$40 bilhões. Afastado desde o escândalo que levou ao desespero milhares de funcionários, investidores e fornecedores, ele ainda ocupa cargo de direção da ONG Juntos Somos Mais Solidários, mantida com recursos da varejista que quase foi para o saco.
Grana a rodo
Só entre 2020 e 2021, o Juntos Somos Mais Solidários recebeu quase R$590 mil em produtos para ações de Páscoa e inverno.
Cabide
Anna Chiristina Ramos Saicali e Marcio Cruz Meirelles, afastados das Americanas, também são diretores no instituto.
Leão confirma
Barros, Saicali e Meirelles são identificados como diretores para a Receita Federal. A empresa, procurada, não se manifestou.