Há muitos animais que podem ser alçados à condição de melhor amigo, quando não se quer a companhia de um cão ou um gato como pet. Cada qual com sua característica, o médico veterinário Celso Ribeiro Filetti detalhou aspectos sobre dois deles, com dicas de cuidados indispensáveis visando manter a segurança e a saúde do animal.
Celso Filetti , que é professor universitário e mestre em Saúde Pública, esclarece que em cativeiro o Meriones ungulatus, o Esquilo da Mongólia, vive em média de 3 a 4 anos: “É animal dócil, que se acostumado desde pequeno, não sente medo do dono e até sobe em sua mão com naturalidade. Este primeiro contato com o ser humano deve ocorrer logo com três semanas de vida, que é a época em que é desmamado”.
O Esquilo da Mongólia permanece ativo tanto de dia como a noite, alternando períodos de brincadeiras com cochilos rápidos. Sua alimentação deve ser baseada principalmente em ração para roedores, a base de trigo, aveia, cevada e milho; e complementada com verduras e legumes picados.
“Torna-se sexualmente ativos entre nove e 12 semanas de idade e o casal deve ser reunido desde filhote, caso contrário ocorrerão brigas”, alerta Filetti: “A gestação dura cerca de 25 dias e os filhotes devem ser retirados da mãe e separados por sexo com no máximo quatro semanas, pois a partir desta época eles já podem se reproduzir, além de a mãe se tornar agressiva com eles, podendo feri-los até a morte”.
A Cacatua ophtalmica, ou simplesmente Cacatua, vive em média 50 anos em cativeiro, mas não é raro atingir a idade de 80 anos. Sua alimentação deve ser baseada em misturas próprias e parte em frutas e verduras frescas, com exceção de alface que pode causar diarreia. “Pode ser oferecida ração para cães, duas ou três vezes por semana”, diz o médico veterinário: “As frutas duras, como nozes e castanhas, além de outros brinquedos, são recomendadas para que estes animais se distraiam e não adotem vícios, como os de destruir os bebedouros e a gaiola”.
Se acostumada desde pequena, a Cacatua se torna dócil e tenta até imitar a fala humana, bem como latidos e miados. Ela atinge sua maturidade sexual entre quatro e cinco anos, e o casal deve ser criado junto desde pequeno, já que são aves monogâmicas, ou seja, passam a vida inteira com apenas um parceiro. As fêmeas botam de dois a cinco ovos, que são chocados durante um período de 30 dias.
Enquanto muitas empresas se preparam para mudar o formato de trabalho home office e retornar ao modelo presencial, os tutores passaram a se preocupar com o comportamento e a sensação de solidão de seu pet. Essa separação pode causar sofrimento no pet e, segundo o especialista em comportamento animal da Mars Pecare, Tammie King, essa situação é mais desafiadora se o gato ou cão chegou ao novo lar durante o confinamento e nunca passou muito tempo longe do seu tutor
Eduardo Ribeiro Filetti é médico veterinário e professor universitário, pós graduado em Clínica Veterinária de pequenos animais, Mestre em Saúde Pública , pós graduado em Cirurgia de pequenos Animais e especialista em Saúde Pública.