O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB-SP), defendeu nesta quarta-feira, 10, mais uma vez, a saída do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) do PSDB. O político chegou a radicalizar ao pedir a expulsão do companheiro de legenda: ‘Ou ele ou eu’.

“Já manifestei diversas vezes no sentido da expulsão do deputado Aécio Neves do partido”, afirmou Covas. “Recentemente, o diretório municipal aqui da capital também enviou ofício à direção nacional do partido, solicitando que fosse aberto um processo dentro do conselho de ética do PSDB. E, se o diretório do PSDB de Belo Horizonte quer a minha expulsão essa, é uma boa decisão então que fica agora para o PSDB nacional: ou eu ou Aécio Neves no partido”, seguiu o prefeito.

“É um ou outro?”, perguntaram os jornalistas. “É um ou outro. É incompatível”, finalizou Covas.​

Covas defende a expulsão de Aécio do partido por causa das acusações de corrupção que pesam contra ele.

Já o diretório do PSDB em Belo Horizonte defende a permanência de Aécio, em resposta à ao fato de o PSDB municipal de São Paulo sugerir a expulsão dele.

No entanto, o pedido de expulsão do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), feito por tucanos de São Paulo à Executiva Nacional do PSDB, terá de esperar a instalação do conselho de ética da sigla para ser analisado. Não há previsão para o colegiado entrar em funcionamento.

Os integrantes do conselho de ética foram eleitos em maio passado na convenção nacional do PSDB, mas, por questões burocráticas, o colegiado não foi instalado até agora.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também defende o afastamento de Aécio e diz que “o melhor seria uma saída espontânea” do parlamentar, para evitar a necessidade de expulsão.

Os dirigentes paulistanos defenderam a expulsão como medida para “estancar a sangria” do partido.

“É uma sangria que não estanca. Nos embates políticos aqui na cidade somos sempre confrontados com a questão do Aécio. Precisamos dar resposta”, afirmou o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo.

A situação jurídica de Aécio voltou a ser assunto nos jornais, na semana passada, com a Justiça Federal de São Paulo ratificando o recebimento da denúncia no caso em que ele é réu por corrupção passiva e tentativa de obstrução judicial da Operação Lava Jato. A acusação foi feita após Aécio ser flagrado numa gravação telefônica pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, do Grupo J&F.