Formatura dos cursos de Corte e Costura, Iniciação ao Feltro e Pintura em Tecido ocorreram nesta terça-feira. cursos de Corte e Costura, Iniciação ao Feltro e Pintura em
Tecido ocorreram nesta terça-feira.


            Além da técnica, vínculos de amizade e novos horizontes
profissionais foram proporcionados pelos cursos promovidos pelo Fundo
Social de Solidariedade – FSS-SV (Rua Benedito Calixto, 205 – Centro), por
meio da Secretaria de Assistência Social (Seas). Nesta terça-feira (2),
após dois meses e meio de dedicação, 42 alunos receberam os certificados de
conclusão de Corte e Costura, Iniciação ao Feltro e Pintura em Tecido.


            “Foi maravilhoso. Conheci novas pessoas, pessoas ‘muito
humanas’, e me integrei. Eu passava muito tempo em casa, e o curso
acrescentou muito para mim. Além do (lado) profissional, criei vínculos de
amizade”, afirma Silene Tavares, de 54 anos, que cursou Iniciação ao Feltro.


            O que Silene mais gostou de aprender foi confeccionar bonecas.
Ela conta que, além de seus sobrinhos, sua filha de 23 anos gosta muito de
bonecas. “A primeira que eu fiz na aula foi dela”, se orgulha. Além dos
artigos confeccionados por Silene, na cerimônia de formatura, havia uma
mesa com diversas outras peças produzidas durante os cursos.


            Apesar de este ter sido o primeiro curso feito pela nova
artesã, ela não pretende parar por ai. “Agora, vou entrar no Corte e
Costura. Como eu ganhei uma máquina, pretendo por tudo que aprendi em
prática. Vou misturar o artesanato com a costura”, explica.


            Alda Sena, professora de Iniciação ao Feltro, vê o curso como
inovador. “Para mim, foi um novo desafio. Normalmente, as aulas de ateliê
dão pouca autonomia aos alunos. Mas a proposta do Fundo Social é a de
prepará-los para que desenvolvam sozinhos seus trabalhos sem depender de um
professor por perto”.


            Dentre as técnicas desenvolvidas a respeito de agulhas, linhas
e pontos que são usados no feltro, assim como sua conservação, as alunas
tinham a liberdade para trazerem ideias de produção. “Muitas trouxeram
modelos de bonecas que suas netas gostam de brincar. Então, juntas, foram
elaborando o material. E eu fiquei muito feliz por ver que toda a técnica
investida e ensinada durante as aulas foi colocada em prática”, acrescenta
Alda.


*Força de vontade -* A professora de Pintura em Tecido, Miriam Ferreira, de
53 anos, também diz estar muito satisfeita com os resultados de todo o
processo. “Eu amo ser professora aqui. É muito bom, muito gratificante,
porque eu conheço pessoas e as ajudo a adquirir novos conhecimentos
pintando”, declara.


 “Muitas falam que é difícil, que não vão conseguir e pensam em desistir.
Mas eu falo: ‘Consegue sim, todo mundo consegue se tiver força de
vontade’”.


Buscando incentivar suas alunas, Miriam inicia as aulas abordando o
acabamento dos desenhos. "É a parte que a maioria tem dificuldade. São os
tracinhos, o contorno, os cílios e os olhos. Se começarmos por aí, depois o
restante fica fácil”. Após isso, são desenvolvidas questões sobre luz e
sombra.


Eliete Rodrigues, de 60 anos, é uma das alunas de Pintura. Ela ressalta o
carinho e a dedicação da professora ao ensinar, o que lhe fez passar a
encarar o FSS como um ambiente de confraternização. “Foi a primeira vez que
fiz Pintura em Tecido aqui, mas já havia feito em outros lugares. Aqui, com
muito amor, aprendi coisas que nas outras escolas não tinha aprendido”.


“Além disso, depois que o curso acabou, nós, da turma, ligamos umas para as
outras. Foi maravilhoso, não só pelo curso, mas pelas amizades que você
faz”, evidencia. Agora, após aprender novas técnicas de pintura, decupagem
e colagem, tendo vários trabalhos expostos na mesa da formatura, Eliete
pretende ingressar na próxima sala de Corte e Costura. “Eu adorei aqui. As
meninas, o curso, tudo”.



*Novos horizontes -* Corte e Costura é um curso dividido em três módulos:
iniciante, avançado e modelagem. Katia Aparecida, de 50 anos, é professora
há cerca de dois anos no FSS. Com o intuito de qualificar as alunas, para
que, a partir das pequenas práticas de costura, seja possível obter uma
nova renda.


“Nós damos aulas para iniciantes. A gente ensina a por um zíper invisível,
um zíper comum, a fazer uma gola, uma carcela, um colarinho e coisas do
tipo. Eu sempre falo que, se elas fizerem um trabalho bem-feito, as
próprias pessoas farão propaganda delas”.


            “Para mim, é uma grande oportunidade, uma alegria imensa, poder
compartilhar algo que eu aprendi. É muito gratificante, não tem preço”,
relata Katia, que costura há mais de dez anos e teve seus primeiros passos
nas oficinas dos antigos Centros de Iniciação e Capacitação Profissional
(Cicap), também da Seas. “Eu comecei como aluna, depois fui convidada para
dar aula”.


            Nesta perspectiva de novas possibilidades, Andrea Martins, de
46 anos, recebeu seu certificado em Corte e Costura com o objetivo de
crescer na área. “É primeira vez que eu fiz curso aqui no Fundo Social. Foi
bem proveitoso, uma ótima oportunidade para eu ampliar minha visão”, conta
Andrea, que estava trajando um vestido que ela mesma confeccionou no curso.


“Esse curso foi um divisor de águas na minha vida, abriu meus horizontes
pra eu ver o que eu poderia fazer pra ganhar uma renda extra - já que não
estava conseguindo atuar na minha área, como enfermeira”.


Andrea pretende dar continuidade na área. Ela conta que já começou a fazer
alguns consertos de roupas em sua casa, com técnicas que aprendeu no curso.
Além disso, visa começar a confeccionar roupas para venda ou trabalhar na
parte industrial.


*Sonhos -* Para participar das aulas, é necessário ter no mínimo 16 anos.
Apesar de a maioria das participantes serem da melhor idade, ou estarem
próximas desta fase da vida, também há jovens no meio. Julia de Souza, de
17 anos, que também cursou Corte e Costura, é um exemplo. A mais nova
dentre as alunas que receberam certificado sonha alto.


“Meu futuro é estudar moda. Então, encarei o curso como um incentivo para
mim. Antes, eu não sabia nada, então aprendi a costurar e a confeccionar
muitas peças. Eu amei”, diz, animada. A jovem está cursando o último ano do
Ensino Médio e, ansiosa para cursar Moda, ficou muito feliz com o primeiro
contato concreto com seus sonhos. Ela pretende seguir os demais módulos do
curso no FSS.


A Presidente do Fundo Social de Solidariedade de São Vicente, Paula Gouvêa,
vê os cursos ofertados como uma oportunidade única. “É algo que movimenta a
economia. Apesar de ser um curso breve, muitas alunas já começaram a abrir
oficinas nas próprias casas, a trabalhar com a vizinhança e a conseguir
empregos nas áreas. Com certeza, é uma oportunidade única que, além de
auxiliar na geração de uma renda pessoal ou familiar, permite que vínculos
de amizades sejam desenvolvidos”.


       Ao final do entrega de certificados, houve um café da tarde, no
qual todos os presentes puderam celebrar, juntos, as novas conquistas.