Embora não haja registro de casos de leptospirose em Santos neste ano, o fim do verão amplia o alerta para a doença por ser um período de chuvas intensas, já que uma das principais formas de contágio é o contato, em enchentes, com a urina de rato contaminada por uma bactéria.

No ano passado, foram registrados 15 casos de leptospirose na Cidade, dos quais 7 apenas nos meses de fevereiro e março. A leptospirose não acomete da mesma forma: há casos em que a pessoa não apresenta sintomas e existem situações em que o indivíduo é levado à óbito. 

Geralmente, os sintomas são febre abrupta, dor de cabeça e muscular, de forma que não é possível distinguir de outras doenças febris. Em aproximadamente 15% dos pacientes, a leptospirose progride para um quadro clínico mais grave.

“A suspeita para a leptospirose pode acontecer de duas formas: pela investigação acerca dos últimos 30 dias da pessoa, se teve contato com enchentes, córregos, esgoto, lixo, por exemplo, ou se apresenta outros sinais e sintomas”, explica Ana Paula Valeiras, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos.

Pelo menos uma dessas características diferenciais deve aparecer para ocorrer a suspeita para a leptospirose: conjuntivite; insuficiência renal aguda; icterícia e hemorragia.

A confirmação diagnóstica é feita por exame laboratorial, com sangue colhido a partir do 7º dia de início da doença. Caso esse primeiro exame seja positivo ou indeterminado/inconclusivo, é realizado uma segunda investigação em laboratório a fim de confirmar ou esclarecer o resultado anterior.

No tratamento, além da ingestão de muito líquido e repouso, é feito uso de antibiótico. Em casos de menor gravidade, o tratamento é feito em casa, com retornos diários ou a cada 48 horas para avaliação dos sintomas. Caso ocorra o agravamento, cabe ao médico avaliar se é caso de internação.

 

Controle do vetor

            A Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses (Sevicoz) é a responsável pelas desratizações periódicas nos prédios públicos de Santos, bem como nas vias, praças e orla da praia. Em 2018, foi utilizada 1,3 tonelada de raticida em Santos. Em 2019, pouco mais de 113 quilos, com tendência a aumentar o uso após o período de chuvoso, que prejudica as ações de desratização.

Na praia, são realizadas quatro desratizações anualmente (uma a cada trimestre). O rato ingere a substância disfarçada na isca e vai para a toca localizada geralmente abaixo do gramado. Após três dias ele morre ali mesmo, sem contato com o exterior. 

Porém, para que a ação contra o roedor tenha sucesso no município, é necessária a colaboração de todos. Evitar deixar comida exposta ou jogada no chão é a principal medida para evitar a proliferação do animal.

 

Dica de limpeza

            De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, a orientação para locais e objetos que possam ter entrado em contato com água ou lama contaminada, é, após a limpeza com água e sabão, desinfetar com solução de 200 ml de água sanitária misturada em 20 litros de água e deixar agir por 10 minutos.

 

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